segunda-feira, 23 de julho de 2018

Encontro

                                           

Lugar calmo.  Vista para o mar, sem muitos problemas com os vagabundos que infestam o Rio, hoje.
                — Acha que vai dar certo?
                — Sempre deu, desde que sincronizado.  Quem está dentro deve saber a hora quase exata, em segundos, para cair fora, pena de continuar nas grades.
                — Tem certeza?
                — Quase total.  Já houve uma tentativa antes, com pleno sucesso.
A ideia era de se furtar uma máquina forte da prefeitura.  Por momentos, já que seria facilmente descoberto o crime antes.  Mas quando o fosse, estariam todos longe.  Uma retroescavadeira seria furtada e sem delongas usada numa operação especial.   Tratava-se de quebrar o assédio de um presídio especial, que guardava presos perigosos.  
                Na hora exata, previamente combinada, os celulares nas mãos dos bandidos que continuam usando ninguém sabe a causa, o maior aliado em comunicações tanto entre cidadãos normais, como no crime, avisou por mensagem de texto que dentro de quatro minutos a máquina furtada arrebentaria uma parte da construção lateral do presídio. Ansiosamente, lá estavam os encarcerados, que tão logo estariam em plena liberdade.
                O barulho do impacto foi grande.  A guarda do lugar, no entanto, não conseguiu impedir a fuga.  Somos recordistas em crimes de todas as espécies, e ao que tudo indica, vamos continuar sendo, salvo, graças aos céus, o terrorismo.
                Funciona assim; esta é uma das regras do jogo.

imagem: nascente do São Francisco. Nada a ver com a crônica.