Lugar calmo. Vista para o mar, sem muitos problemas com os
vagabundos que infestam o Rio, hoje.
— Acha que
vai dar certo?
—
Sempre deu, desde que sincronizado. Quem
está dentro deve saber a hora quase exata, em segundos, para cair fora, pena de
continuar nas grades.
—
Tem certeza?
—
Quase total. Já houve uma tentativa
antes, com pleno sucesso.
A ideia era de se furtar uma máquina
forte da prefeitura. Por momentos, já
que seria facilmente descoberto o crime antes.
Mas quando o fosse, estariam todos longe. Uma retroescavadeira seria furtada e sem
delongas usada numa operação especial. Tratava-se de quebrar o assédio de um
presídio especial, que guardava presos perigosos.
Na
hora exata, previamente combinada, os celulares nas mãos dos bandidos que
continuam usando ninguém sabe a causa, o maior aliado em comunicações tanto
entre cidadãos normais, como no crime, avisou por mensagem de texto que dentro
de quatro minutos a máquina furtada arrebentaria uma parte da construção
lateral do presídio. Ansiosamente, lá estavam os encarcerados, que tão logo
estariam em plena liberdade.
O
barulho do impacto foi grande. A guarda
do lugar, no entanto, não conseguiu impedir a fuga. Somos recordistas em crimes de todas as
espécies, e ao que tudo indica, vamos continuar sendo, salvo, graças aos céus,
o terrorismo.
Funciona
assim; esta é uma das regras do jogo.
imagem: nascente do São Francisco. Nada a ver com a crônica.