segunda-feira, 26 de maio de 2014

Tristeza no país do futebol

   
 
            Sempre que se aproximava uma Copa Mundial de Futebol, o povo brasileiro ficava numa animação geral.
            Caras alegres, apostas, comentários de quem seria o adversário mais forte, críticas sobre a escalação do time.  Esta era uma das partes.  A outra diz respeito ao enfeite das ruas, com bandeirinhas brasileiras, chão pintado com a Bandeira Nacional, símbolos das Copas conquistadas antes, enfim, um festival popular de arte.
            Estamos a poucas semanas do início do Torneio Mundial de 2014.  Não há nenhuma animação, nem rua decorada, o povo mal sabe o nome do goleiro, fato que nunca existiu e a sensação é de revolta.  Sim, descontentamento com a fortuna gasta para a construção de suntuosos estádios que não terão aproveitamento futuro, como o de Brasília, por exemplo.  A capital não tem tradição futebolística, e construiu um elefante branco que servirá apenas para enfear a cidade.
            Qual a razão disso tudo?  Simples.  As obras que tinham um orçamento determinado, com o passar do tempo tomaram números de espantar qualquer cidadão, mesmo que não conheça nada de matemática.  Todas superfaturadas sem a menor cerimônia, descaradamente.  Muitos jornalistas fazem as contas do dinheiro gasto e simulam como poderia ter sido empregado com necessidades brasileiras: escolas, postos de saúde, hospitais, saneamento e segurança, que vai de mal a pior.  Pode-se dizer, como a imprensa estrangeira já anunciou, que o país está em guerra civil.  Verificando o número de mortes nos tiroteios entre bandidos e a Polícia Militar, a afirmação não é exagerada.
            Pelé, nosso símbolo de jogador de futebol, andava sendo duramente criticado, por ser inteiramente favorável à Copa e contra as manifestações que estão sendo programadas.  Em 19 de maio de 2014, fez questão de dar entrevista ao G1, dizendo estar envergonhado com obras que não foram concluídas e pedindo que os movimentos durante o evento sejam pacíficos.
            Outro objetivo disso?  Conservar boa imagem de Lula, que tudo fez para a realização do torneio ser no Brasil, e a reeleição de Dilma, que vai de mal a pior nas pesquisas eleitorais.  Se ainda tem um índice razoável, é por falta de adversário combativo e duro.  Fosse Brizola ou Ulisses Guimarães, não pensaria em segundo turno. Ambos estão mortos, infelizmente.  Ambos venceriam com facilidade o próprio Lula, cada vez mais suspeito pelo povo.  Com razão.  É uma das maiores fortunas brasileiras, segundo a Forbes.
            Começa agora uma campanha que vai anunciar ao mundo que o brasileiro está insatisfeito com o governo que tem.  Vão colocar bandeiras negras, significando luto, nas janelas de suas casas.  Vai ser impossível a segurança feita pela organização impedir que a imprensa estrangeira deixe de noticiar fartamente o fato e sua origem. 


Publicado no Pravda.http://port.pravda.ru/desporto/21-05-2014/36787-pais_futebol-0/  

domingo, 18 de maio de 2014

Caça às bruxas

       
             O povo brasileiro não está passando pelos seus melhores dias.
            Ao contrário; parece que a raiva, o ódio e a violência tomou conta de quase todos nós.  Tem explicação?  Parece que sim.
            A menos de quinze dias uma mulher foi linchada.  Acusada de feitiçaria e sequestro de crianças, que serviriam como oferenda aos deuses do mal, foi denunciada na internet e encontrada pelo povo.  Alguns que participaram do massacre foram presos, mas não devem pagar pelo crime, que foi cometido pela multidão.  Neste caso, por ser desconhecido o autor do resultado morte, os réus, quando poucos, são sempre absolvidos, pois não podem ser responsabilizados por crimes onde foram inúmeros os autores, cada um contribuindo com uma lesão, que somada a outras, causam a morte.
            Descobre-se agora que a mulher era ligada a um bandido.  Sabia de dinheiro guardado, produto de crime, e furtou a quantia.  Um ato idiota.  Os bandidos, não querendo tomar parte na sua morte, inventaram toda a história de magia negra e sequestros e passaram adiante.  Descoberta, até mesmo um ferimento com garfo no olho levou.  A cena foi filmada e mostra a mais completa selvageria.
            Não fica nisso.  Veículos têm sido incendiados com repetição nas ruas do Rio e São Paulo, principalmente.  Cresce assustadoramente o número de assaltos, mortes, tráfico de entorpecentes, a inflação novamente está aborrecendo o povo, com os índices bastante maquilados pelo governo, a água é pouca pela falta de chuvas e, em consequência, a produção de energia elétrica também.
            Os protestos contra a realização da Copa de Futebol aumentam, as obras superfaturadas ainda não estão concluídas e estão previstas sucessivas manifestações durante o torneio, que pode não se realizar ou mesmo ser interrompido, por falta de segurança.
            Enquanto isso, são cada vez menores os investimentos em saúde e educação, esta considerada uma das piores do mundo.  O país nada tem de positivo, inclusive a Petrobras, antigo orgulho nacional, passa pelas maiores dificuldades, apresentando prejuízo um após outro, fora os escândalos de negócios escusos feitos pelos responsáveis, que vem sendo apurados pelo Congresso e Polícia Federal.  A famosa refinaria falida de Pasadena, nos Estados Unidos, valia pouco mais de quarenta milhões de dólares e foi comprada por mais de um bilhão e duzentos milhões, na mesma moeda.  A desculpa foi terem assinado o contrato de compra sem saberem de duas cláusulas.  Ridícula!  Isso seria irresponsabilidade das maiores, e criminosa também.
            Viramos um país de bandidos e um território criminoso?
            Dizem os jornalistas especializados em política que antes da tomada do poder pelos militares era muito semelhante a esta.
            Sou testemunha.  Agora está muito pior, sem comparações.  Não quero, de forma alguma, passar oura vez por regime de força!
 

Publicado no Pravda.  http://port.pravda.ru/news/sociedade/14-05-2014/36762-bruxas_brasileiro-0/

domingo, 11 de maio de 2014

Casarão

 

            Lanço hoje a minha mais nova publicação impressa.  É com muita satisfação que faço isto, pois só havia sobre a forma de e-livro, editado pela Amazon.
            Ao contrário do que estou acostumado a escrever em crônicas, contos e mesmo textos maiores, “Casarão” não é um livro comum. 
            Nada tem de revolucionário, ou inovador na literatura.  Apenas é um livro pequeno, de noventa páginas, onde através de seguidos artifícios obrigo o meu leitor a pensar na sua verdade.  Onde ela está, não tenho a pretensão de afirmar.  Cada um tem a sua, nada sou para indicar caminhos.
            Nossa busca é interior, e sem ela, segundo acredito, uma vida fica bastante sem sentido.  Jamais duvidei que o conhecimento de si mesmo é a chave mestra que abre todas as portas do conhecimento, da compreensão, da tolerância, enfim, de toda a Vida.
            Não pretendo fazer literatura aqui.  Simples razão: não é cabível.
            Deixo ao meu leitor esta tarefa.  Espero que tenha dado certo.


Link: http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=643
 

 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Rhapsody in Blue



Poucas vezes temos a oportunidade de ver tantos talentos reunidos. O pianista Herbie Hancock, consagrado jazzista americano e internacional, sob a regência do maestro Dudamel, interpreta a "Rhapsody in Blue, uma das mais famosas peças compostas por George Gershwin, considerado o homem que levou o jazz para as grandes salas de concerto. Os créditos estão no próprio vídeo.