terça-feira, 27 de abril de 2021

"Paris é uma festa"


                                   Paris é uma festa

 

            Um dos mais agradáveis livros de Hemingway, quando era moço e estava na cidade com muitos intelectuais da época, acompanhado pela sua esposa Hadley, o mestre escreveu a peça até hoje muito lida.  Imortal, claro!

            Em determinada passagem, faz uma confissão.  Seu amigo Scott Fitzgerald, autor de “Suave é a noite”, até hoje um sucesso, depois de tomar uns ‘marcs’, que nada mais são do que aguardentes feitos a partir de frutas, desabafa com o  amigo:  “estou desgraçado”.

            “Desgraçado como?”

            “Zelda me disse que sou incapaz de dar prazer a uma mulher com membro tão pequeno”.  Zelda era a mulher dele.

            “Pois vamos ver”.  E foram a um banheiro público, plena Paris.  Scott exibiu o instrumento. 

            “Normal. Zelda é uma chata”, e convidou o amigo a darem uma volta no Louvre, a fim de apreciarem esculturas de nus famosos.  Como Hemingway tinha afirmado, nenhum erro, Scott estava dentro dos ‘padrões de normalidade’.  Motivo, naturalmente, de uma boa rodada de vinhos, ‘marcs’ e alegria.

            O fato é antológico.  Muitos se preocupam com a aparência, beleza, robustez, tanto de si como do seu corpo.  Tolice!  Sempre foi assim, o mundo, a Terra, o Universo e o homem não mudam!  É o destino de todos nós!


imagem:  "David", de Michelangelo

 

 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

A calma da noite


 

                                            A calma da noite

 

            Tudo silêncio.  Não se ouvia a barulheira infernal das cidades.

            O mundo mudou para pior, bem pior.  O desrespeito pela sociedade parece ter tomado conta de tudo.   Não parece, tomou mesmo.  O próximo vale de nada, perderam-se em definitivo os valores.

            É só aqui?  Todos fazem a pergunta.  Não.  O mundo caminha por trevas.  Estas vias obscuras parecem ter tomado conta em definitivo do poder.

            É o crack amaldiçoado, o sintético químico que mata aos poucos, sem ninguém perceber.  O ecxtasy arrebenta tudo, corpo e alma.  Mas tem cada vez mais adpetos, que não tomando conhecimento da acumulação progressiva no corpo, usam indiscriminadamente a droga que deixa a boca seca.

            É o mundo que se vive hoje, não por todos, mas por minoria que pode contagiar.  Era o que acontecia com o casal que não passava dos vinte e cinco anos de idade.  Bebiam água, muita água.  Os sensores cerebrais haviam perdido o controle sobre o corpo.  A casa da balada permitia que tal fato acontecesse.  Assim é no mundo inteiro.  Parece que os jovens, especialmente os que não foram educados com carinho por pais e mães, perdem-se no aparente mundo encantado.

            O mundo é assustador e maravilhoso, ao mesmo tempo.  Será que é fato de hoje?

            Tudo leva a crer que não.  O mundo mudou.  Impossível saber, se no silêncio da madrugada, estamos descansando, dormindo ou não.

 

            Para muitos, as noites altas são feitas visando o descanso.  Outros, e não são poucos, gostam de aproveitar o período para produzir.

            Suave é a noite, de Scott Fitzgerald, é um dos exemplos.

            A noite é tranquila. Pode sim, pode não.  Afinal, é uma questão de gosto. Nada mais.