Destituído de homens capazes na economia, o PT jogou a
sua cartada, que acredita de mestre.
Joaquim Levy, ligado a outros economistas competentes,
todos da mesma turma que participou direta ou indiretamente do Plano Real, foi
nomeado ministro da Fazenda muito a contragosto da presidente.
Não havia alternativa: ou era alguém muito capaz, o que
não existe no PT, repito, ou o desastre da herança maldita, deixada por Lula e
ela mesma iria tumultuar o governo, quem sabe ameaçando sua queda por pressão
popular, já que a vitória na eleição foi por margem muito estreita de votos.
Levy não é tolo.
Sabe que a tarefa é difícil e já avisou que para este ano não haverá
grande progresso. A economia pode ser
controlada, e só. Vai crescer de acordo
com a produção do país. É interessante
notar que o completo estrelismo da presidente sumiu. Não abre a boca e permanece escondida,
aguardando os resultados. Vai permanecer
assim até as finanças do país entrarem nos eixos. Só então voltará com a
arrogância de sempre.
Vai cantar vitória, naturalmente. Que não é sua nem do seu partido, que se
encontra esfrangalhado. Agora, ao que
tudo indica, vai perder Marta Suplicy, que deve concorrer ao cargo de prefeito
de São Paulo. Provavelmente, vai pedir
auxílio ao governador Alckmin, virtual candidato a presidência da
República. Mais uma vez o PSDB está em
cena, como no caso do ministro da Fazenda.
Ao que tudo indica, o Planalto vai alardear vitória
presidencial e petista, tão logo o país entre na normalidade. A presidente
volta a assumir sua característica arrogância e tenta fazer seu sucessor. Um golpe que a equipe financeira já sabe desde
a posse.
Anda feia a coisa.
Como se não bastasse o inquérito da Petrobras, cada vez mais ameaçador,
a presidente agora corre o risco de uma revelação incômoda feita pela Suplicy,
que nunca rezou na cartilha dos obedientes pacíficos, ao contrário. É dela a
última frase que corre pela política nacional: “ou o PT muda, ou acaba”. Nada pode ser mais certo.