De quatro em quatro anos, o Brasil para, dá um faniquito
geral e a moçada endoida. Sempre no
frio; o inverno começa dia 21 de junho de 2018.
O primeiro jogo já foi um mico: empate de 1X1 contra a Suíça, que não é
lá grande coisa como time, mas também não são pernas de pau. O furor é o goleiro, segundo as
mulheres. Muito bonito.
Ora, esta qualidade nada tem a ver com o futebol. Se o camarada é bonito ou não, isso não vai
fazer diferença no resultado. Se assim
fosse, Tite, o técnico da Seleção Brasileira, teria convidado a mim, por
exemplo. Mas velho não joga mais
futebol, aprecia bebendo encolhido, aqui no hemisfério Sul, sua preferida. Está explicado?
Pois é, não sou Hideraldo Luís Bellini, o capitão que
primeiro levantou a taça na Suécia, camisa improvisada, azul, feita às pressas
pelos roupeiros da Seleção imbatível, onde apareceu um certo Pelé, na época com
17 anos. Magrinho, ninguém fazia fé no
homem, mas hoje tem o apelido de Rei. É
injusto? Nada, o CR7, Cristiano Ronaldo,
joga muito bem, mas porque é um atleta treinado, e excelente atleta. Facilita tudo. Naquela época, Edson Arantes do Nascimento, o
pequeno, jovem e magrinho jogador brasileiro, onde nomes inesquecíveis como
Didi, o “doutor Didi”, armador do Botafogo e até hoje só com um adversário,
também botafoguense e flamenguista, Gérson de Oliveira Nunes, niteroiense, o
homem que fumava dois maços de cigarros por dia, são dignos das honrarias de
distribuir bolas aos jogadores melhor colocados em campo. Tem mais: bobeou, eles chutavam a gol e
resolviam a parada. Lembram-se de Gérson
no México, contra a Itália, quando o Brasil foi tricampeão mundial? Pois é.
Gérson fez o segundo gol brasileiro, fato que além de dar ânimo ao time,
deu prostração aos italianos.
Não temos mais isso hoje.
Valem as mansões dos aparentes heróis de um futebol em decadência. Meu mestre dizia que a Seleção era “a pátria
de chuteiras”. Nelson Rodrigues, não é
preciso consultar o Google.
Era, mestre Nelson, era.
Hoje são os mercenários da ilusão.
Imagem: Nílton Santos, o mais famoso lateral esquerdo do mundo
Imagem: Nílton Santos, o mais famoso lateral esquerdo do mundo