Com aniversário chegando, quando completará 85 anos, Rubem Fonseca mostra que não existe idade para escrever.
Publicou em 2009 “O Seminarista”, sucesso de vendas. Aos oitenta e quatro anos de idade. E não parou, dedica-se os seu diário. Se parar, sucumbe.
Escritor mais do que realizado, ganhador do Prêmio Camões de 2003, o maior da língua portuguesa, Rubem é o escritor do cotidiano, do verdadeiro, do que acontece nos mais sofisticados bairros e nas piores sarjetas do Rio de Janeiro. “Agosto”, sua obra mais conhecida, mostrada na televisão, dá as indicações da trama que levou Vargas ao suicídio. Foram os generais mais próximos do então presidente que armaram o atentado da Rua Tonelero, onde morreu o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, que fazia a segurança de Carlos Lacerda, o alvo pretendido.
Tenho muita identidade com o autor. Não o seu ofuscante brilho, estou longe disto. Mas gosto, como Rubem, da realidade nua e crua, sem proselitismos. Enquanto ele foi Comissário de Polícia longos anos, também enfrentei o perigo das selvas da Serra dos Órgãos, pisando onde acredito que nunca outro fez o mesmo. Escalei muitas montanhas, participei de inúmeros Fogos do Conselho, reuniões que fazem Escoteiros e Bandeirantes, onde se reza, bebe-se chocolate quente, toca-se violão e canta-se em torno de uma bem armada fogueira.
Sangue derramado! Valeu a pena. Não faço mais nada disso. Mas ainda tenho toda a tralha de montanhismo, inclusive a Colt. 45, registrada no Exército.
Parabéns, Rubem Fonseca. E obrigado!
10 comentários:
Parabéns ao Rubens e também ao Jorge, que nos possibilita este texto. Rubem é danado. Ele deixa que nós, leitores, completemos as históris dele. Ele nos permite andarmos por suas histórias, tal qual artistas a andar pelas ruas do Rio de Janeiro.
Amei!
Meu amigo a idade importa pouco,
quando a nossa mente está lúcida
e atenta a tudo o que nos rodeia.
Há é pessoas que estão mortas-vivas demasiado cedo.É uma honra
ter a sua visita no meu blogue e
as suas palavras. Volte sempre.
Muitos beijinhos./Irene
Bom demais seu blog, Jorge. Muito bacana mesmo. Estou seguindo doravante. Obrigado pela leitura e pelo comentário em meu Consoantes Reticentes. Abraços!
Jorge, o problema não é com Chronus, mas com o excesso de quilometragem e condições de uso... Quem já subiu paredões, enfrentou o mar e vive no Rio, é um sobrevivente. Ou, o mesmo, quem se meteu nas trifurcas da polícia e da política.
Grandes Mestres, Rubem e Sader; há que espelhar-se neles.
Abração jurássico.
Não fazes mais nada disso, mas estais aí com histórias pra contar, com vivênciais experiências e riquezas mil.
A idade podemos dizer que é o doce apurado, mais sabor dispensado pelas grandeza que desponta de tantos guardados um dia restritos por falta de compreensão e entendimento e hoje exalando o perfume em letras transparentes.
parabéns!
bjs
Livinha
Meu amigo, obrigada pela sua visita
e pelas suas boas palavras.
Desejo que esteja bem(cada blogueiro) é acima de tudo uma
pessoa.
Beijinho/Irene
Lindo texto e quie o exemplo de RUBENS com essa idade , encoraje a todos...abração,lindo dia,tudo de bom,chica
Aqui você mostra que a guerrilha do cotidiano seja de políticos, seja de quem for, é muito mais desafiante e rica do que qualquer ideologia da moda ou não.
Consigo te sentir frente a uma fogueira - você passa isso.
Eta velho turco, QUANTO CAUSU...montanhas, paredões, mares bravios,"lugares nunca antes por outros pisados...", colt 45. Tá muito bom o CAUSU.... Realmente Rubem Fonseca é entre outros do mesmo timbre o cronista do dia a dia. Estou de volta. Abr. Celso Panza
Oi...Li TODOS os livros do Rubinho e amei. Ele é um homem que escreve sem dar rodeios. Atinge o alvo facilmente e isso agrada até as crianças. Quanto ao seu texto, menino, realmente você também escreve muito, muito bem...Obrigada pela oportunidade.
Beijooooooooo...Ah...a propósito, a tua foto está muito boa...
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