sábado, 4 de junho de 2011
A Dama de Luxo
A dama de luxo
Bonita e elegante. Talvez o casaco de pele de raposa, talvez, era demais. Mas não sendo nos dias atuais, quando usar pele animal é um verdadeiro atentado aos olhos dos ecologistas, não era considerado um acinte.
Andava de um canto em canto em Montmartre, procurando uma loja de fotografia, mais exatamente, um local onde pudesse adquirir uma câmera fotográfica.
Nas suas ‘indas e vindas’, a bela dama foi interpelada pelos gendarmes, sempre atentos nas ruas de Paris.
A dupla pediu a identidade e a carteira profissional, onde os exames médicos têm que estar atualizados. Os policiais, via de regra, são muito mal preparados para este tipo de coisa. Enxergam chifres na cabeça do cavalo, e pobre égua que nutre por ele uma atração. É considerada promíscua, como se nós, animas de quatro e duas patas, estivéssemos sujeitos a este julgamento.
A bela dama, sem medo de afrontas, mostrou a identidade estrangeira. Não era francesa, muito menos prostituta. Se o julgamento dos policiais foi rígido aos extremos, e totalmente equivocado, vendo o passaporte, foi liberada com um pedido de desculpas.
Os policiais, em todo mundo, são arrogantes e precipitados. Fossem mais espertos, perceberiam que a bela dama poderia ser uma ‘putain’ sim, mas de clientela rica e selecionada. É comum, muito mais do que pensamos.
Artistas famosas, modelos, mulheres notáveis e bonitas, muitas, costumam usar este modo de manter uma vida confortável, nunca cobrando menos do que mil dólares por hora de trabalho.
Envergonhados, pediram desculpas e foram-se embora. Querem saber quais as brasileiras que cobram muito só para aparecer numa festa?
Fiquem querendo. O cronista conta o fato. Somente.
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11 comentários:
Como sempre, teus textos me encantam. Abrs Mardilê
E observar os fatos cabe a todos nós.
Um grande bj querido amigo
Sua crônica somente contou a verdade que existe por aí a fora e há muito, desde que o mundo é mundo...
Como o meu 'puritanismo' assim é falado e visto por homens que querem sexo fácil,e, por mulheres, que eu siga os seus passos,liberais no sexo, esta minha atitude de não aceitar o sexo assim livremente,e falar tb livremente entoja a muitos... E eu, nem aí...
Esta é a minha maneira de encarar algo que me foi passado até erroneamente, acredito, mas, fazer o que?
Quem sabe um dia eu venha falar deste assunto bem livremente sem nenhuma maneira preconcebida.
Já ouvi o meu próprio grito sobre este comportamento de ter um trabalho de ser prostituta.
Errado ou certo tem quem julgue e não sou eu.
Um beijo, Jorge
Mel
Mundo injusto, de preconceitos e julgamentos precipitados. Você, Jorge, faz um blend muito bem elaborado de prosa poética e denúncia. Mais uma lavra primorosa. Parabéns, amigo.
Gosto da forma que aborda os fatos,após ler-te,saio refletindo,o quanto tenho que aprender.
Grata,boas energias sempre!
bjs
Mari
Jorge,sempre elegante em suas abordagens......bjus
Ai, atiçou outro fato. Bem bacana o texto. Abração
bela crônica amigo gostei muitíssimo, super abraço,
belo blog querido, vou voltar!
Jorge! Esta crônica pode ser vista como se fossem alguns instantâneos colhidos, que se integram num conjunto harmônico. Vc. traz vários aspectos, alguns até corriqueiros, mas que não são vistos na vida rotineira. Isto leva o leitor à reflexão e a uma sensação diante da vida e dos fatos.Sua crônica cria uma análise através de uma síntese sugestiva que conduz a empatia e a recepção do leitor.
Parabéns! Beijos.
Aparências, Jorge, via de regra - senão sempre - enganam. Bela descrição, final enfático mesmo que imponderável. Coisas de Mestre.
Forte abraço.
Oi Jorge, desculpa. A palavra certa seria "que", eu errei!
Tenha uma ótima noite!
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