quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Calor
Verão
O solstício de verão, que se inicia normalmente no dia 21 de dezembro e finda em 21 de março, no nosso clima tropical, em nada pode agradar.
O calor torna-se insuportável. Aliado à umidade relativa do ar, alta no Brasil em quase todos os pontos, traz a desagradável sensação que abrimos uma panela de água fervente, e o vapor nos vem ao rosto.
Sacrilégio, dirão muitos. É, pode ser, mas não tenho estômago para suportar praias onde se tem que pedir licença para passar até a água. Algumas, muito poucas, são menos frequentadas. Preço: dirigir e conseguir estacionamento no lugar.
Sempre entendi que divertir-se e aproveitar o que a Vida tem de bom não pode exigir sacrifícios. As piscinas dos grandes edifícios resolvem, as dos condomínios fechados também. Em casa, o ar refrigerado, a comida leve, o chardonnay gelado são extremamente agradáveis.
Mas não vivemos só em casa. Tem o trabalho, o Sol causticante, o banco, a conta a pagar, as compras e vou parando para não irritar o leitor. Contam que o escritor Aldous Huxley, esteve no Aeroporto do Rio de Janeiro. Quando foi saltar, levou a trombada do calor solar brasileiro. Permaneceu dentro do avião e não houve quem o tirasse de dentro dele. Tinha passagem de volta. Não desembarcou no Brasil, por conta do calor.
São muitas histórias. Quando bem mais novo, frequentava uma praia famosa de Niterói, a minha querida Vila Real da Praia Grande. Itacoatiara, uma das mais famosas do Brasil. Tem seiscentos metros e está rodeada por montanhas da Serra do Mar. Era um prazer que não se pode medir. As casas são belas, as ruas, todas com nome de flores, sem asfalto e com árvores frondosas. Um paraíso. Um paraíso ameaçado pela especulação imobiliária.
Um dos últimos redutos de bem-estar brasileiro corre risco de transformar-se num bairro edificado com quatro ou mais andares. Desfigurando a natureza. É duro!
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11 comentários:
Eh, Jorge, amigo querido!
Sinto muito em passar este informe, que este tipo de conforto oferecido pela Mãe Maior, já foi abolido para todos nós, desde em que Ela mudou a Sua Fase.
Terminou a incidência de Seu governo Dual e o que está acontecendo com tudo criado por Ela é uma grande e assustadora destruição do que não serve para nada, não serve para a vida de equilíbrio. Então, vamos pegar calor de 50º Graus e o nosso Mestre, que veio nos avisar sobre as mudanças da Natureza, diz, que vamos viver dentro d'água. E que somente restará 1\3 da humanidade. O bicho está pegando mesmo. O tempo bom já foi em toda parte do mundo... Bjs
Jorge, meu querido! Precisa conhecer o Rio Tietê. Ele, aqui em Araçatuba, é limpo e cristalino. Às margens dele, repousamos as nossas cadeiras e descansamos os nossos olhares na bela paisagem refrescante que Deus fez pra nós. Ainda não construiram prédios neste espaço sagrado.
Então, o Aldous Huxley não conheceu o verdadeiro "admirável mundo novo"!
Abraço
Prezado amigo, Jorge.
O homem vem destruindo seu único habitat no Universo. Gostava de estar no Rio entre abril e setembro, por esse calor excessivo. E olha que nasci em Andradina, cidade a 100 km de Araçatuba, as duas também, no verão, um forno. Mas você engloba em seu artigo outros fatores de agravamento: explosão demográfica, migração para os maiores centros, especulação imobiliária, degradação ambiental, trânsito e falta de infraestrutura. Fica tudo muito difícil e precisa ser equacionado e revertido em tempo curto, porque o mundo está ficando inabitável. Pior é que dada a complexidade dos fenômenos de massa, há a imobilização das ações e decisões e esperanças infundadas de que tudo virá a ser resolvido - Resolvido, por quem?
abraços.
Também aqui por Campinas o calor anda insuportável, meu amigo Jorge. O que nos refresca um pouco - pelo menos a cabeça - são lavras como essas, que caem bem em qualquer estação. Abraços pra você.
Querido amigo Jorge.
Os problemas levantados são gerais. A ocorrer em todas as partes. As praias de SC, como por exemplo Baln. Camboriú, em épocas passadas foi deliciosa. Hoje, por falta de planejamento os altos prédios cobrem o sol da praia à tarde. Quem quiser um lugar na areia tem que levar o guarda sol as 4.00h da manhã e se estabelecer.
O que irá acontecer eu não sei. As outras praias, que sào muitas também estào entupindo.
Em todas elas e na Ilha Florianopolis a especulação imobiliária cresce dia a dia.
Até quando?
Beijos da Petúnia.
Hehehe! Já peguei verão em Niterói, Jorge... Descobri a sensação de ovo cozido. Mas, você tira de letra, inda mais com o "chardonnay" gelado.
Vai passar, contudo, e logo-logo estaremos protestando com o inverno. Abração, vida longa!
Professor Jorge, quando vejo a sua preocupação com a natureza ,motivo mais do que suficiente para trazer à baila o debate sobre o progresso,lembro de minha posição tomada aquí na Bahia ,quando a Prefeitura de Itaparica recebeu dos moradores um oficio solicitando a urbanização de uma praia isolada,chão batido,árvores em todos os recantos ao som das azuis ondas do mar brigando com o litoral onde este pecador possuia uma casa.Fui terminantemente contra,porém voto vencido e em menos de 06 anos hoje é um antro de desocupados,as casas perderam os seus valores e a praia de paraíso passou a ser pesadelo ,fruto da vontade consumista daquela comunidade que sonhava com o progresso.
Não sei se estou filosoficamente correto ,onde chega o progresso se enterra ,se sepulta a paz,a tranquilidade e o silencio necessário para se conversar com o CRIADOR.
Um abraço forte e que os paraísos para as grandes leituras não sejam ceifadas dos que ainda se alimentam de cultura,pois um bom vinho,um bom bate papo , uma aconchegante leitura e uma bela cabocla ainda faz muito bem para os que amam a vida. Um abraço e parabens pelo blog. Iderval Reginaldo Tenório
Jorge,o calor no meu cerrado hoje está de matar...Aldous Huxley não sabe o que perdeu...bjus
Jorginho, cheguei da região dos lagos e vim até aqui, QUANTO TEMPO QUE NÃO VENHO NÉ NÃO?
Foi bom,vim defender nosso verão do qual todo mundo tem inveja, cantado em prosa e verso, no Brasil e no exterior. O Rio de Janeiro, do qual Niterói é um bairro ligado pela ponte, é dos lugares mais desejados do mundo, por sua beleza, e veja, a tal especulação imobiliária tornou Niterói a pérola do desejo.
Tá com a " TOALHINHA" molhada no pescoço para não sentir calor, então, não precisa chiar, vai a praia quem quer, e em fila de banco também, existem os débitos em conta, o negócio é usufruir o sol da melhor forma, com toalhinha ou com toalha de banho molhada enrolada no corpo, HE, HE, HE, são histórias que só a gente conhece, he, he , he, nos sofre mas, nós goza.... Celso Panza
Excelente texto, Jorge (como sempre)! A Mãe Natureza já não aguenta mais as agressões dos humanos e agora, mais do que nunca, se rebela.
Parabéns.
Beijos
Márcia
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