sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Faz frio



                                                Faz frio

            Os dias têm andados nebulosos, com chuva fina, o que os tornam frios.
            Fins de agosto, o último mês sem ‘r’.  Com a entrada de setembro vem a série dos incômodos meses que antecedem o verão, e passado este, astronomicamente quase sempre no dia 21 de março, no hemisfério sul, o calor continua a atazanar nossa baixa latitude.
            Acabam uns prazeres, começam outros.  O chá quente das tardes, o conhaque fino, tomado com moderação, as sopas perfumadas, o calor da cama – melhor quando estamos acompanhados pela pessoa certa.  A velha blusa de lã, já um pouco apertada pelo acúmulo de alguns quilos a mais, as meias esportivas que usamos com o tênis, nas caminhadas.  Talvez, deu vontade, um cigarro.  Um no fim da tarde e outro na metade da noite, fumo de qualidade que não deixe o ambiente empesteado.
            A esteira ergométrica para os preguiçosos, sou um deles, o banho bem temperado logo depois.  O filme lançado recentemente no aparelho que reproduz DVD.  O livro marcado, com anotações feitas a lápis, a procura de ideias para uma nova crônica, ou tela abstrata impregnada de técnica e conhecimento.  Tudo isto livremente, mas sem gratuidades.
            A primavera está próxima, começam os dias mais quentes, vem o cretino horário de verão, os dias passando a procura das festas de fim de ano.
            Tempos novos.  Agora, só ano que vem.

          imagem: "Chegada do outono", E.B. Krass, óleo sobre tela 

18 comentários:

Marco Bastos disse...

Bela crônica, prezado amigo. Já tinha lhe dito que gosto do Rio somente de abril a setembro. Depois daí fica bonito pela nudez e pela floração, mas esse calorão não tem quem aguente.
abraços.

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

São os inevitáveis ciclos, meu caro Jorge, um tanto quanto imprevisíveis nos últimos tempos - graças à mão predadora do homem sobre a natureza. Um grande abraço e parabéns pelo reflexivo texto.

Unknown disse...

Agora vem a época da qual gosto: primavera e verão. Não gosto de frio. Se eu pudesse, fugiria de São Leopoldo durante o inverno. Abrs Mardilê

Caio Martins disse...

Meu caro Jorge, mais uma que pegou na veia! Mas, Mestre, espero também, e já estão ativos, os concertos sinfônicos dos passarinhos, dentre os quais se destaca, soberano, o sabiá.
Forte abraço, vida longa, marujo!

petuninha disse...

O inverno tem uma parte boa, sem dúvida.
A primavera chegando, o verão se anunciando, são tempos de que muito gosto. O outono aqui no sul também é de uma beleza ímpar. Dias ensolarados, céu muito azul, como o que ocorre no momento, em prenúncio de Primavera.
Bela crônica a sua.
Parabéns,
BEIJOS,
PETUNINHA.

Célia disse...

Nascida na primavera caminhando para o verão, amo essas estações que chegam... Aqueço-me, e broto a cada novo dia! No inverno hiberno somente... Sobram energias para o verão! Meu ser agradece!
[ ] Célia.

Anônimo disse...

Sopas perfumadas.calor da cama e uma boa companhia...frio é tudo de bom.
Beijos, Jorge.
Duda

marcia disse...


Tanta coisa boa fica no ontem..Niterói continua lindo apesar do calor, e sua crônica perfeita...bjus

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Olá meu amigo Jorge, é sempre gratificante ler suas crônicas, elas nos dão uma certa leveza, uma viagem que transcende o imaginário lido. Agradecida com seu convite.
E como lhe prometi, aqui fica o meu convite para você e seus amigos que desejarem fazer parte do Novo Portal AVSPE.
Lá podem postar em vários seguimentos, 15 poste por semana e de GRAÇA, basta fazer seu cadastro e usar.
Lunk: http://www.avspe.org/

Abraços,
Efigenia Coutinho

Carmem Velloso disse...

Tudo tem sua época. Tempo de esperar, tempo de amar. Frio ou calor, afinal estamos em órbita elíptica, na qual o Sol é um dos focos.
Gostei da abstração que ilustra seu texto, Jorge.
Bjs. Carmem

Rita Lavoyer disse...

Até momentos ruins dão crônicas boas. Está aí o sentido da vida: observá-la, sentindo e aprendendo com o seu dia a dia.

Unknown disse...

Bom dia, Jorge..
Crônica leve e bem estruturada.
Com o inverno - corpo frio e alma quente - a alma do poeta chora; vem o verão:corpo flame, iguais sentires nas gentes de letras; continuidade do registro eterno do nosso ego.

Felicidades e inspiração sempre!

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Bom dia meu amigo Jorge, eu não sei o que aconteceu, pois estou recebendo todos os postes de comentarios do seu belo espaço, então segui o caminho destinado ao cancelamento do recebimento destes, escrevo porque também foi pedido para eu o fazer, espero estar agindo corretamente, abraços, bom domingo,Efigenia

Anderson Fabiano disse...

Bom dia, Jorjão,

Não fosse a sua irretocável competência e eu arriscaria escrever uma versão catarinense para sua bela crônica. Talvez não tão catarinense como deveria, mas, com certeza, com a visão de um carioca que concordaria com tudo que você disse, não fora o fato de estar vivendo numa nova terra.

Saudades das brumas litorâneas...

Meu carinho,

Anderson Fabiano

iderval.blogspot.com disse...

Dormirei mais leve e mais tranquilo,olharei as coisas com melhores olhos,saborearei com mais degustação o meu simples café mexido com canela,a minha leve taça de vinho e alisarei a pele da amada com mais delicadeza .Olharei não mais o dia e sim o sol,sentirei não mais a noite e sim a lua, vejam o que faz quando se mergulha na mais pura das puras natureza .Efigênia Coutinho e o grande Jorge fazem o homem querer viver para a eternidade.

Isto é literatura,isto é cidadania, isto é cultura, isto é VIDA. Iderval

Dolce Vita disse...

Ótima crônica, Jorge! Bjs

Carla Diacov disse...

Nem me fale desse cretino!!!


Beijos!

Maria Luzia Fronteira disse...

Hum poeta vc descreve bem uma nova fase do ano que corre..."esse cha quente aliado ao conhaque"... entre outras coisas, da um toque de charme a sua cronica...como sempre bem escrita.

Abraços

Luzia