A situação é distante, mas nem por isso deve ser
desconhecida por quem gosta de estar informado e se interessa em avaliar fatos
e suas consequências.
Refiro-me à Criméia.
Em Direito existem dois tipos de nacionalidade: o da terra onde nasceu,
adotado no Brasil, por exemplo, e o proveniente do sangue. O cidadão tem a nacionalidade dos seus pais e
avós.
Os habitantes daquele lugar, pelo direito sanguíneo, são
russos, em grande número. Se querem fazer
parte da Rússia, e decidem no voto por maioria esmagadora tal vontade, nada
mais a dizer. O povo tem o direito de
dizer o que quer. É princípio
fundamental da democracia, socialista ou não.
É este o princípio de autodeterminação dos povos. Ganharam nas urnas, cumpra-se o que elas
sufragaram.
Mas o mundo tem interesses estranhos. Todos gostam de intromissões nos direitos dos
outros, por incrível que pareça. Não
parece justo ou ético ficar programando retaliações à Rússia e à Criméia.
Dizem, e pouquíssimos sabem dizer se o fato tem
procedência ou não, que existe um protocolo entre Estados Unidos e Rússia,
documento não assinado, mas válido principalmente depois da famosa reunião de
Yeltsin e Clinton, onde as gargalhadas espantaram quem estava de fora. Sim, pois a mesma foi a portas cerradas,
ninguém testemunhou nada, mas os observadores internacionais se espantaram com
as gargalhadas de Clinton que, segundo eles, não tem este hábito.
Verdade é que saíram os dois sorridentes e
vermelhos. Abraçados e felizes, ainda
rindo. O que se passou, convém repetir,
ninguém sabe. Talvez tenha sido
comemorado o protocolo. Ele é simples. Todo ato praticado na “área de influência”
russa, ou seja, nas proximidades com aquele país, deve ser respeitado. O mesmo se dá com a parte americana. Os políticos protestam, xingam, jornais fazem
ataques, diplomatas pedem intervenção da ONU e acabou-se. Fica por isto mesmo, não tem consequências.
Seria ótimo que a atual situação obedecesse ao famoso
Protocolo.
Publicado no Pravda de 20/03/2014http://port.pravda.ru/news/busines/20-03-2014/36456-russia-0/
11 comentários:
Quebrando o protocolo, aqui nos comentários: duca!
Abraços, Jorge.
Protocolo, em geral, nunca é respeitado. Ainda mais, se brasileiro. Pelo seu enfoque, Jorge, o de Criméia também... Destaco: "... Mas o mundo tem interesses estranhos. Todos gostam de intromissões nos direitos dos outros, por incrível que pareça..." Obediências à parte, rostos risonhos e corados... podem dizer e muito! Prudência, é sempre bom.
Abraço.
Nunca se sabe o que se passa em reuniões a portas fechadas, mas uma votação popular tem sempre força, embora, muitas vezes, pode-se forjar resultados... Então, prefiro acreditar que realmente seja o desejo da maioria. Abraço
Quando o dono do gado e o do frigorífico dão risada,é bom boi gordo ficar esperto...
Gostei muito do seu comentário a respeito da Rússia/Criméia e do tal Protocolo. \interessante mesmo Jorge.
Obama e Putin deveriam fazer uma reunião movida a vodca.
Talvez desse mais certo.
Bjs. Carmem
Sempre aprendo, lendo as crônicas de Jorge, mesmo porque não sou ligada em política. A linguagem é simples e direta. Abrs Mardilê
Disse tudo o comentário de Caio Martins, resumindo o assunto, como sempre esclarecedor.
Briga de cachorro grande...
Só tenho um comentário: Detesto o Putim...
Bom fim de semana!
Concordo plenamente com seu amigo Caio...bjus
Sabe, parceirinho, depois daquela minha passagem por um governo carioca aprendi que tem muito mais coisas decididas à portas fechadas do que supõe a vã filosofia. E algumas, são tão indecentes, que só abrindo uma gargalhada mesmo.
Meu carinho,
Anderson Fabiano
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