Toda vez que falo do Supremo Tribunal Federal, faço
questão de dizer que ele não erra. Ele é
o guardião das leis do país.
Na recente decisão sobre o rito do impeachment, errou
gravemente.
Nossa Constituição diz que a República é constituída por
três poderes: “o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, independentes e
harmônicos entre si.”
A independência dos poderes é fundamental, no regime
republicano. Cada qual trata dos seus
assuntos, dentro de harmonia indispensável para o bom funcionamento dos
mesmos. Um partido político levantou uma
questão. O rito adotado pela Câmara dos
Deputados não estava correto. A questão
foi levada ao Supremo Tribunal Federal, que nada julgou, mas tão somente deu
parecer opinativo consultivo, que foge totalmente da sua competência.
Julgamento presume autor, réu e direito ofendido. Mas o importante não é isto. O Tribunal, julgando a ação, legislou por
mais do que os juristas queiram negar. A
decisão não lhes compete, mas apenas ao Legislativo, que adota as medidas do
rito a ser seguido. Se o anterior não
estava certo, caberia ao Congresso Nacional, e somente a ele, corrigir as
distorções, se voto aberto ou fechado, se o Senado, único órgão que tem competência
para julgar os crimes de responsabilidade do presidente da República pode, a
partir de maioria simples, aceitar ou não o processo acusatório.
Somente ao Congresso Nacional cabe tomar esta decisão.
Vamos lembrar certos pormenores da legislação brasileira. A constitucional segue a norte-americana. A civil adota os princípios franceses, a penal
aos italianos e alemães, a trabalhista à ideias de Vargas, onde se esconde a
figura do notável jurista Francisco Campos, o “Chico Ciência” – sabia tudo, o
homem. Também é sua a Exposição de
Motivos do Código Penal, considerada peça rara no meio jurídico.
O exemplo serve de melhor explicação do que toda
teoria. Assim é que a Suprema Corte
norte-americana jamais tomou qualquer ato ou decisão que não lhe cabia. A mais recente diz ao pânico americano de
armas de guerra serem compradas pelo cidadão comum. A Corte foi consultada. Até mesmo com certa irritação, o relator da
matéria afirmou que não cabe àquele órgão decidir sobre o assunto. Ele é legislativo, e só este poder pode
apreciar. Decisões assim são sucessivas.
Daí a pergunta: com que autoridade o STF pode apreciar
medida legislativa? Nenhuma! Cabe exclusivamente aos senhores deputados e
senadores decidir como serão as leis do país, nunca ao Supremo Tribunal
Federal. Constitucionalmente, a decisão
nada vale e pode ser alterada pelo legislativo. Estou querendo criar descrença no
Supremo? Ao contrário, absolutamente ao
contrário. Repito: ele é o guardião das leis do país.
Estamos vivendo uma época estranha, muito estranha! Tudo causa dúvida!
Publicado no Pravda em 28/12/2015
http://port.pravda.ru/news/busines/29-12-2015/40069-supremo_errou-0/
Publicado no Pravda em 28/12/2015
http://port.pravda.ru/news/busines/29-12-2015/40069-supremo_errou-0/
12 comentários:
1º- Quando você afirmava que o STF não erra e dai descobriu uma falha nesse sistema o que sentiu?
Ainda acredita que ele ainda é o infalível "... é o guardião das leis do país"?
Porque?
Sua lógica e imparcialidade estão notórias, Jorge.
Feliz 2016.
Beijo
Carmem
Meu Mestre e caro amigo Jorge:
no mundo ideal, seria cada coisa em seu lugar.
No real, o STF fez a lição de casa direitinho, em obediência aos princípios bolivarianos - para não dizer fascistas - e ordens do PT (Perda Total) e a base alugada. O poluto Delcídio do Amaral sabia do que falava, nas gravações feitas pelo DPF. Nós também, nas incontáveis denúncias através dos anos.
Portanto, o STF de fato não errou: cumpriu rigorosamente as ordens oriundas do comando..
Forte abraço, meu irmão!
Jorge,queria responder que tudo está caminhando e não capengando.
Estou cansada,enojada e me tornando uma pessoa apolítica...bjus
Se o Supremo é que o Supremo está cheio de apaniguados do lulopetismo, com seus tentáculos danosos, confiar em quem? Tanques nas ruas. Não vejo outra saída.
Meu caro Jorge, todos estamos cansados de tanta enrolação e uma coisa é certa, ainda haverá anarquia e caos antes de uma nova organização da sociedade.
Um beijo pela bela crônica!!!
Caro Jorge, não tem mais explicação, tá tudo como o diabo gosta...
Abraços!
Se até eles... Que faremos nós?
É inadmissível ver, ouvir e calar dentro de nós tamanha hipocrisia!
Com a cara mais lavada dizem estar tudo bem, e prossegue garantido o régio salário de cada um.
Ah! Mas fiquemos tranquilo... Afinal, o salário mínimo aumentou... A Pátria é educadora...
E o povinho (nós) sempre levando...
Até quando?
Abraço.
Jorjão,
Ao longo dos anos, o PT aprendeu direitinho a lição e amarrou (ou acredita haver amarrado) todas as pontas.
O que podemos esperar de um Supremo onde os ministros trocaram a balança cega em suas lapelas, pela estrelinha vermelha petista?
...
Meu carinho (sempre)
Anderson Fabiano
Prezado Jorge. Somente a retórica e a manipulação não conseguem resolver problemas concretos de sustentabilidade. Tapam um buraco e aparecem mais três. A solução advirá do próprio agravamento dos problemas, diante de uma realidade muito difícil.
Prezado Amigo Jorge.
Nosso querido e maltratado Brasil, é considerado democrático, mas espelha-se no bolivarianismo. Se fosse democrático mesmo, o dedo político não poderia apontar e indicar advogados de cunho partidário que nem o concurso da OAB têm, para ministros do Supremo. A corte judicial brasileira teria e seria mais respeitada para galgar a toga se houvessem concursos e não indicação para todas as cadeiras jurídicas e para o Tribunal de Contas.
Nosso país nunca teve tantas falcatruas e mentiras. Talvez tamanha crise seja para melhorar. Será?
Abraço.
Estou tão confusa que já nem me lembro do que aprendi no colégio. Criaram uma grande confusão.
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