quinta-feira, 4 de junho de 2020

Tempo atual


                      

            Não tenho nada com os acontecimentos.  Mas gosto da crônica, sou um apaixonado.
            Estamos num tempo horroroso.  Junho de 2020, mas a confusão deu partida no início do ano, ninguém sabe ao certo.  O assunto não me agrada nem um pouco, mas cronistas devem registrar os fatos que ocorrem no tempo em que estão vivendo, é uma obrigação.
            Arrebentou-se o mundo com este tal covid 19.  Está dizimando os povos, matando em número cada vez maior.  Ora, o fato não tem cabimento, mas é a realidade.  Doentes e mais doentes.  Mortos e mais mortos, isolamento severo no começo, agora nem tanto.  Uns dizem vírus, e agora, depois de autópsias, dizem bactérias.  Afinal, que desgraça é esta?  Ela é tanta que engana a própria informação.  
           
            O segundo fato, atualíssimo, é a ‘revolução’ que ocorre nos Estados Unidos, por causa do estopim detonado com a morte covarde de um negro norte-americano, George Floyd.  Neste momento mesmo devem estar ocorrendo passeatas de protesto contra a selvageria praticada.  Após preso e algemado, este homem teve o pescoço forçado por um policial reincidente em práticas violentas.  Em sete minutos, morreu por asfixia.  Onde estamos?  Que canalhice é esta?
            Que Trump valhe nada, todos sabemos.  Mas na sua maneira de pensar, agir e desesperadamente buscar a reeleição cabem atos desta omissiva natureza?
            Esta é uma causa dos tempos da guerra civil.  Vai continuar, sendo assistida pacificamente por um governo imbecil? O problema é histórico!

            Enquanto isso, ‘o Brasil vai bem, obrigado’.  Nestes dias atuais, melhor acreditar na frase do chanceler Osvaldo Aranha. 

Imagem: "A leiteira", Vermeer,  Museu de Amsterdam  

13 comentários:

Anderson Fabiano disse...

I can't breathe!
Tanto lá, como cá.
Agora só falta o psicopata infiltrar baderneiros nos movimentos pelo retorno a democracia para gerar um quadro de caos e justificar a intromissão das Forças Armadas nas ruas.
Já vimos esse filme.
Eu estava na pátio do MEC aguardando a reunião agendada com o ministro quando a PM deu início a pancadaria.
Respira Brasil!
Anderson Fabiano

Gil Térez disse...

Sem comentários. Qualquer coisa que se diga, será repetitivo. Estou cansada. Já entreguei a quem pode resolver. Porque além de Deus, não creio em mais nada. Então, me resta orar, fazer o famoso trabalho de formiguinha e esperar.

Caio Martins disse...

Mestre Escriba, nada de novo no planetinha desvairado, desde o Neolítico Primitivo... Alguns a indignar-se, a maioria persistindo nas mesmas lambanças e erros, ainda que lhes custem as cabeças.
Fenômenos naturais acontecem e desaparecem indpendentes de nossa vontade. Já a eterna imbecilidade humana perpetua-se e não tem fim. É o que temos e o que somos, como a espécie mais destrutiva e perigosa da Terra, talvez do Universo. Abração, Jorge!

Carmem Velloso disse...

Direto e curto, como é seu estilo, recado passado!
Parabéns, Jorge!
Beijo,
Carmem

Ana Freire disse...

Neste momento... ainda mais perigoso do que a actual pandemia... é o facto de uma grande parte do continente americano estar na mão de tenebrosas figuras, dispostas a subverter as regras... de tudo o que represente lei e ordem... são figuras que gostam de alimentar o caos, sem o qual jamais seriam notadas... dispostas a apagar todos os fogos, nos seus próprios países, que vão surgindo... com gasolina pura... promovendo a divisão e a discórdia, em tudo quanto sejam acontecimentos fracturantes... do Donald, ao Messias que tanto dá que falar... o tal que não faz milagres, mas vai promovendo um estrago danado, (mais de mil vitimas diárias, já nem sei há quantos dias consecutivos)... todos sabemos, no que a subversão acaba por redundar... no contorno de todas as regras democráticas!... E isto... não será só terrível, para os países em questão... mas para o mundo... onde muitos outros movimentos radicais, andam despontando, que nem papoilas...
"Dividir para reinar"... outra pensamento que no momento, continua actualíssimo, pelos piores motivos... tal como "O trabalho liberta"... que deve ser tão do agrado... de quem manda o povo para as ruas, de qualquer jeito... para morrer, sem condições de se proteger...
O problema do mundo... não está no vírus... definitivamente... está na irresponsabilidade das escolhas, que levam pessoas assim, a terem sido eleitas... ambos não prestam nem para chefes de banda de música... quando mais para altos dirigentes...
Vivemos tempos... muitos especiais... e no entanto... já vividos, no século passado... enfim!... Una-se o vírus, com o exarcebamento de causas, lideradas por acéfalos... e estará o mundo a encaminhar-se para a tempestade perfeita, nos tempos mais próximos!
Excelente e lúcida sua análise, Jorge, destes inquietantes e preocupantes tempos actuais!...
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Eu não diria tempo atual. Cabe melhor final dos tempos...

Celso Felicio Panza disse...

Vivemos situação singular e sem paralelo, mesmo se balizarmos analogias. Nenhuma epidemia se tornou pandemia globalizada com esse vulto. E com ou sem definições causais espirituais ou materiais que alguns querem dar, é um momento para pararmos e dizermos: inacreditável!
Quem já viu e quando na história da humanidade qualquer normativo, revolução, movimento cidadão, cívico, ideológico, bélico, códigos e sociedades poderosas terem essa força de mudança de hábitos sociais, de forma global; se isolem socialmente, obedeçam.

E perguntamos,quanto já perdemos na vida no redemoinho das aspirações,vontades e desejos? Quanto já renunciamos? Quantos se colocam no centro de universalidades por muitos passadas em sofrimento e o fizeram de uma forma pessoal como se o sofrimento fosse só por si sentido? Quantos se envolvem na fogueira da ausência de amor como se fosse um unicismo religioso quando se está diante do que é universal e de realidades comuns? Quantos de forma isocrônica castigam o espírito e o corpo distanciando-se de suas próprias verdades que surgem de locais antes desconhecidos, dormitando nas casas não habitadas pela razão mais pura que ilumina a aceitação do corriqueiro e comum e afastam as sombras?

Ninguém foge do inevitável. A aceitação da destinação se impõe. É o “Tolle, lege!” agostiniano que falta visitar, para se centrar melhor no mundo, recebê-lo como ele é para cada um, por vezes com amplas concessões de inclinação para o amor que se nega por não aceitar as asperezas reservadas pela existência de todos.
“Tolle Lege” é frase latina que significa “Pegue, leia!” do livro de Augustinho, Confissões.

Diante de sua conturbada luta “intra muros”, entre inclinações espirituais e sua maneira pecadora de ser ficou certo ter ouvido uma criança cantar, Tolle, lege, o que significa, "Tome e leia."
Para ele foi o chamamento divino. Pegou a Bíblia ao seu alcance abriu e leu a primeira passagem sobre a para si visível: "Já é hora de despertardes do sono. Nada de orgias, nada de bebedeira, NADA DE DESONESTIDADES, nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. “Tolle Lege” se impõe, sem o que a passagem terrena em corpo e em espírito fica devedora dessa interiorização.
Mas sempre é tempo como adverte o Santo:
A dor, física ou espiritual, é a prova viva de que o homem perdeu algo, mas não perdeu tudo. Santo Agostinho

Não se pode ter desalento se não perdemos tudo, nem perder o entusiasmo pela vida se está vivo, mas cabe uma revisão da alma para que o espirito seja invadido de leveza.

É isso Jorginho, não perdemos tudo, estamos vivos pela graça concedida, e não contribuímos para o mal, é a força do curso histórico. Grato pelas visitas em minha página. Abraço fraterno.

Tais Luso de Carvalho disse...

Báh, Jorge, eu não sei mais nada tal a bagunça política daqui, mais a pandemia e agora o horroroso quadro de racismo nos EUA que repercutiu no mundo inteiro. Que covardia! Movimento de protesto pra lá de necessário, e tem de haver muitos.
Quanto ao nosso país estamos muito mal, só descendo a ladeira, o negócio é abrir as comportas e soltar o povo para morrer... como disse o chefe lá... "E daí? Todos vamos morrer!"
Olha, amigo, me dá ânsia! É violento demais.
Gostei muito, teria tanto a dizer, mas acho que não vou escrever sobre, caí no conto do vigário... mas haveremos de nos recuperar.
Beijo, uma boa semana, meu amigo.

CÉU disse...

Olá, Jorge, meu querido amigo!

O mundo todo vive tempos tão estranhos. Como é k de repente, o vírus ou a bactéria fez adoecer e matou tanta gente?

O poder excessivo e absolutista continua, tal como o racismo e se matam pessoas, se asfixiam, melhor dizendo. O homem não tinha um passado limpo, longe disso, mas daí à matança, vai muito.

Felizmente que o Brasil vai bem (risos). O assunto é sério e muitas vidas estão terminando, mas o Presidente quer desconfinamento. É preciso se ser sério e amar seu semelhante.

Beijos e boa semana.

CÉU disse...

Oi, Jorge, querido!

Muito obrigada pelos beijos e beijos que deixou no comentário e que tão bem me souberam. Eu triplico. Pode ser-risos?

Não gostou desse meu poema, nem da música "Besame Mucho", uma canção antiga, mas sempre atual? Fiquei precisando de umas palavrinhas suas, embora beijos e beijos sejam muito gostosos.

Beijos, um grande abraço e boa semana.

Juliana Lira disse...

É necessário que se escrevam crônicas. Para que o futuro reveja o passado e não repita seus erros. Não sei o que ocorre com o mundo. Parece que algumas pessoas estão pondo para fora o pior de si.
São tempos selvagens...
E o Brasil, longe de ir bem, segue esse roteiro distópico.

BLOG >>> Reticências...

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Jorge,
Pois eu concordo com seu texto.
É uma bela exposição desse tempo
que todos
não negamos desejar que passe.
Se virar história eu nem sei
como vamos validar aos nossos
netos e bisnetos... sei que politicamente
será muito vergonhoso ou afirmar os escritos
pelo historiadores que ou será a verdade ou
versão, como acontece com a historia do Brasil,
por exemplo. Mas em fim, adorei ler
e matar um cadinho da saudade de ler seus textos
tão bem escritos.
Bjins
CatihoAlc.

NASSAH disse...

Very nice post..