Altar de sacrifício
Numa ilha perdida no meio do oceano, habitava um povo
muito desenvolvido, social e economicamente.
Viviam dentro de intensa paz. Muitos cobiçavam morar em local como
aquele. Poderiam os naturais perder a
tranquililade. Um estrangeiro não
acostumado destruiria a cultura daquela gente.
Eram filósofos os grandes sacerdotes da ilha. Os que lá chegavam, eram obrigados a
responder uma pergunta. Errando, partiam
para o sacrifício no Altar da Verdade, quando apenas erravam a resposta, ou no
Altar da Falsidade, quando tentavam iludir os sábios.
Certa vez apareceu na praia, numa balsa, um estrangeiro
forte e saudável, logo feito prisioneiro.
Levado ao Grande Sacerdote, foi-lhe explicada a lei. Ouviu com atenção. A pergunta foi feita. Difícil, o homem tinha aspecto de estudioso.
- Faça uma afirmação.
Se for verdadeira, morrerás no Altar da Verdade; falsa, no Altar da
Falsidade.
Sem muito pensar, o estrangeiro afirmou “serei sacrificado
no Altar da Falsidade”, o que causou logo um tumulto entre os sábios. Não houve execução e o estrangeiro foi
aclamado como um verdadeiro e grande sábio.
Caso ele fosse sacrificado no Altar da Falsidade, teria
feito uma afirmação verdadeira, logo o sacrifício seria no Altar da Verdade e
neste ele não poderia ser imolado, pois de disse que seria sacrificado no Altar
da Falsidade, jamais poderia ser no Altar da Verdade.
Faz parte de a tradição esta passagem ser muito conhecida
entre os que estudam lógica filosófica.
Os maus políticos fazem muito uso dela, por serem grandes
sábios da malandragem.
13 comentários:
Os políticos q de 4/4 anos surgem prometendo as mesmas promessas, nunca cumpridas, poderiam ser imolados no meio dos dois altares.
Grande Jorge, quem sabe bão foi disso o surgimento do "foro privilegiado" ? Diz-se uma coisa que de fato é outra e ambas restam neutrallizadas... Essa suruba vem de longe!
Mais uma realidade que você nos traz, querido Jorge! É exatamente assim, não só aqui, mas no mundo inteiro.
Beijo. Carmem.
Querido Jorge, sua crônica é a mais pura verdade.Quem sabe o "pandemônio" seja uma oportunidade e tanto para o Demo...Bjus
Pelo que podemos ver das atitudes de "nossos" políticos, sugiro que imolemos a todos!
Belo texto!
Meu carinho, companheiro,
Anderson Fabiano
Gostei de ler.
Abraço, saúde e boa semana
Sua crônica nos remete ao momento atual vivenciado!
Nesse caso específico os imolados são sempre o povo,
independente do lado que escolherem.
Boa noite, feliz semana, Jorge!
Nadir D'Onofrio
Olá, Jorge, não meu amigo; para nossos políticos teria de ter um outro jeitinho, eu sei qual, mas não digo porque essa hora as crianças estão acordadas...
beijo, uma boa semana!
Até mais.
Ora, nem mais!...
Mas também haverá muito político eleito, que sofrendo de burrice crónica, jamais atinaria com a resposta... sugiro que mais altares sejam construídos... pois o que tem de político malandro pelo mundo... :-))
Um grande abraço! Votos de uma feliz semana, e um óptimo mês de Setembro!
Ana
Olá, querido Jorge!
Um texto muito interessante, bem escrito e donde podemos extrair conclusões.
Para os políticos e para outros malandros, penso que os dois altares não seriam suficientes.
Você é curioso? Então, no meu blog tenho pra você um convite/surpresa. Aceita? Muito obrigada!
Beijo e saúde!
Jorge,
Ótima prosa.
Concordo com a Tais.
Bjins
CatiahoAlc.
Respondi ao seu comentário, que agradeço, CathiaAlc.
Na hora do enviou, veio o aviso "sem sucesso". Como já aconteceu fato idêntico com o blog da querida amiga Taís Luso, e ela recebeu a resposta, espero que o fato se repita. Tentei duas vezes.
Beijos
Olá Jorge querido
Os famosos espertinhos...
Infelizmente os políticos brasileiros também o são.
Beijos
Ani
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