Já postei crônica afirmando que não escrevo poesias.
Tive estes dias duas agradáveis surpresas. A primeira veio com “A lenda do miosótis”,
que a minha querida amiga Carmem Velloso, revisora dos meus trabalhos maiores,
acrescentou num site literário.
A outra foi quando me deparei com uma trova do meu amigo
e colega de turma na Faculdade de Direito da UFF, Eduardo Antonio de Oliveira
Toledo, presidente da União Brasileira de Trovadores, UBT.
Sempre achei a trova a mais democrática forma de
expressão poética de um povo. Não é
qualquer um que se interessa pelo soneto alexandrino, e mesmo a grande maioria
dos poetas não o sabe compor. Não
acontece o mesmo com a trova, acessível às gentes e de composição repentina do
autor.
A graça da trova que encontrei me animou. Vejam a sutileza:
“A saudade se
embaraça
E a paixão se
intensifica...
— Não pelo
instante que passa,
Mas pelo
instante que fica.” Eduardo
Toledo
Tomei coragem:
Tantas folhas
espalhadas,
Tantas flores
pelo chão
Quais lágrimas
derramadas,
E todas elas em
vão... Jorge Sader Filho
A trova de Eduardo Toledo foi vencedora nos Jogos Florais de Nova Friburgo, em 2001, conforme informou o meu amigo. Os Jogos de Friburgo são considerados os mais importantes de todo o país. O tema exigido foi "Instante".
A trova de Eduardo Toledo foi vencedora nos Jogos Florais de Nova Friburgo, em 2001, conforme informou o meu amigo. Os Jogos de Friburgo são considerados os mais importantes de todo o país. O tema exigido foi "Instante".
13 comentários:
Sinto-me lisonjeada com as palavras a mim dirigidas, Jorge.
Mais ainda quando elas partem de um amigo que sabe conservar o sentimento por tantos anos, no caso de Eduardo Toledo, e de um trovador tão sensível como você.
Bjs. Carmem
Muito bem, Jorge. O texto em prosa, tem a clareza e a objetividade de sempre. As duas trovas são de excelente qualidade. São muito bonitas. Em comentário anterior já lhe disse que você é o bom poeta que elegeu as crônicas e os contos como linguagens literárias preferidas. As trovas são mesmo democráticas. No entanto não é todo quarteto no formato de trova que é trova. Têm que ter essa verve que a sua apresenta. Parabéns. abraços.
Amigo Jorge, acredito que, como tão bom escritor que é, sua habilidade se estenda, sem dificuldade alguma, à poesia. Aí está a prova. Belo. Parabéns!
... E na sua coragem, trovador, caminhei pelo outono da vida, através da estação que se aproxima...
Abraço, Célia.
Até me faz rir não sabes escrever poemas. Esta trovba está ótima. E os tancas que escreveste? Todos muito bons. Abrs Mardilê
Se sonhou ser um dia um trovador, tenha já o seu sonho realizado.
Assim é, Mestre Trovador! O mundo das cirandas é, de certa forma, mais rico e mais real que as eruditas torres de marfim de exegetas amargurados...
Forte abraço!
Lindas trovas! Raramente me aventuro nesta modalidade, embora o tenha feito recentemente lá no Recanto.
Jorge!
Por si só uma trova completa o significado poético que quer trazer.É harmônica e bela, quando bem feita.
Entendo que Jorge optou pela prosa em seus escritos. Por sinal excelente prosa de suas crônicas e romances.
Já observei também que o escritor já compôs bons poemas e trovas.
Não tenha dúvida disto, Jorge!
Jorge, o trovador. Querendo ou não! Abraços e parabéns.
A-ha! Então, trovas também!
Eu sabia: era só uma questão de tempo e seu poeta daria as caras. Parabéns, parceirinho!
Meu carinho,
(ao trovador também)
Anderson Fabiano
Jorge,você é poeta por natureza..Logo suas folhas serão derramadas em meu blog...bjus
Se todo mundo faz trova
também vou fazer a minha
de soneto eu levo sova
então fico na quadrinha!
Meu abraço, grande Jorge!!!
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