sábado, 16 de março de 2013

Trovas, a poesia do povo




                                          

                     Já postei crônica afirmando que não escrevo poesias.
            Tive estes dias duas agradáveis surpresas.  A primeira veio com “A lenda do miosótis”, que a minha querida amiga Carmem Velloso, revisora dos meus trabalhos maiores, acrescentou num site literário.
            A outra foi quando me deparei com uma trova do meu amigo e colega de turma na Faculdade de Direito da UFF, Eduardo Antonio de Oliveira Toledo, presidente da União Brasileira de Trovadores, UBT.
            Sempre achei a trova a mais democrática forma de expressão poética de um povo.  Não é qualquer um que se interessa pelo soneto alexandrino, e mesmo a grande maioria dos poetas não o sabe compor.  Não acontece o mesmo com a trova, acessível às gentes e de composição repentina do autor.
            A graça da trova que encontrei me animou.  Vejam a sutileza:

                                “A saudade se embaraça
                                 E a paixão se intensifica...
                                — Não pelo instante que passa,
                               Mas pelo instante que fica.”    Eduardo Toledo

            Tomei coragem:

                                Tantas folhas espalhadas,
                                Tantas flores pelo chão
                                Quais lágrimas derramadas,
                                E todas elas em vão...           Jorge Sader Filho 


A trova de Eduardo Toledo foi vencedora nos Jogos Florais de Nova Friburgo, em 2001, conforme informou o meu amigo.  Os Jogos de Friburgo são considerados os mais importantes de todo o país.  O tema exigido foi "Instante". 

13 comentários:

Carmem Velloso disse...

Sinto-me lisonjeada com as palavras a mim dirigidas, Jorge.
Mais ainda quando elas partem de um amigo que sabe conservar o sentimento por tantos anos, no caso de Eduardo Toledo, e de um trovador tão sensível como você.
Bjs. Carmem

Marco Bastos disse...

Muito bem, Jorge. O texto em prosa, tem a clareza e a objetividade de sempre. As duas trovas são de excelente qualidade. São muito bonitas. Em comentário anterior já lhe disse que você é o bom poeta que elegeu as crônicas e os contos como linguagens literárias preferidas. As trovas são mesmo democráticas. No entanto não é todo quarteto no formato de trova que é trova. Têm que ter essa verve que a sua apresenta. Parabéns. abraços.

Sueli Fajardo disse...

Amigo Jorge, acredito que, como tão bom escritor que é, sua habilidade se estenda, sem dificuldade alguma, à poesia. Aí está a prova. Belo. Parabéns!

Célia disse...

... E na sua coragem, trovador, caminhei pelo outono da vida, através da estação que se aproxima...
Abraço, Célia.

Unknown disse...

Até me faz rir não sabes escrever poemas. Esta trovba está ótima. E os tancas que escreveste? Todos muito bons. Abrs Mardilê

Rita Lavoyer disse...

Se sonhou ser um dia um trovador, tenha já o seu sonho realizado.

Caio Martins disse...

Assim é, Mestre Trovador! O mundo das cirandas é, de certa forma, mais rico e mais real que as eruditas torres de marfim de exegetas amargurados...
Forte abraço!

Ana Bailune disse...

Lindas trovas! Raramente me aventuro nesta modalidade, embora o tenha feito recentemente lá no Recanto.

petuninha disse...

Jorge!
Por si só uma trova completa o significado poético que quer trazer.É harmônica e bela, quando bem feita.
Entendo que Jorge optou pela prosa em seus escritos. Por sinal excelente prosa de suas crônicas e romances.
Já observei também que o escritor já compôs bons poemas e trovas.
Não tenha dúvida disto, Jorge!

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Jorge, o trovador. Querendo ou não! Abraços e parabéns.

Anderson Fabiano disse...

A-ha! Então, trovas também!

Eu sabia: era só uma questão de tempo e seu poeta daria as caras. Parabéns, parceirinho!

Meu carinho,
(ao trovador também)

Anderson Fabiano

marcia disse...

Jorge,você é poeta por natureza..Logo suas folhas serão derramadas em meu blog...bjus

Jota Effe Esse disse...

Se todo mundo faz trova
também vou fazer a minha
de soneto eu levo sova
então fico na quadrinha!
Meu abraço, grande Jorge!!!