domingo, 12 de abril de 2015

América

            

            Tão grande se tornaram os Estados Unidos que muitas e muitas vezes a palavra América confunde-se com aquele país.
            Um erro, mas compreensível diante do já mencionado.  Nosso continente é, sem dúvida, uma parte muito respeitada na comunidade internacional que habita o planeta.  Não pode nem deve perder a sua unidade, respeitadas as características de cada nação e povo.  Pouco importa se existe a parte que fala o inglês e a que se comunica em espanhol ou português.  Somos uma só coisa, uma só gente, por mais diferentes que possam ser os hábitos de cada país.  Somos americanos.  Temos uma parte ocidental da Terra, nos hemisférios norte e sul.
            Desavenças?  Elas existem, como no quarteirão, no bairro, na cidade, enfim, no país.  São normais na sociedade dos homens.  Seria estranho se todos pensassem exatamente a mesma coisa.
            Pois a América desponta no horizonte, uma vez mais, com a grandeza que a caracteriza.
            Dentre todas as nações que compõem o continente, Cuba, por pouco mais de meio século, estava alijada da comunidade.  Por razões políticas, após a vitória em Sierra Maestra, contra a corrupta e impatriótica gestão de Fulgêncio Batista, o vitorioso Fidel Castro, sem alternativa, segundo muitos, adotou o comunismo na ilha.  Foi o bastante para ficar isolado e punido com severa restrição econômica feita pelos Estados Unidos.  A questão política foi tão grave, quando Cuba abrigava mísseis russos que poderiam alcançar os Estados Unidos com muita facilidade, que por pouco não sofremos uma matança, uma hecatombe mundial.  Por ordem do presidente Kennedy, a esquadra norte-americana tomou posição de ataque contra comboios soviéticos que traziam mísseis para aquele país.  Foi um alívio para o mundo quando Nikita Kruschev, então premier da União Soviética, deu ordens para os navios voltarem.
            A situação isolou ainda mais o pequeno país americano.
            O então senador Barack Obama lançou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos.  Fez várias promessas de campanha, cumpriu todas, a despeito do Partido Republicano, nata da direita daquele país. Não falou em aproximação com Cuba.  Surpreendeu o mundo e a América quando assumiu a responsabilidade de trazer de volta o hoje pobre povo cubano, consequências do bloqueio e da sua baixa produtividade agrícola e industrial.
            Um gesto nobre!  Convém dizer que Obama não pode mais se candidatar a presidente da República, o ato não foi eleitoreiro, mas determinação de estadista que faz jus ao seu antigo antecessor Abraham Lincoln, um dos mais ilustres nomes dos Estados Unidos e da História.
            O aperto de mãos na Cúpula Americana, em 10 de abril de 2015 com Raul Castro, que não escondeu a sua satisfação por voltar à America, dignifica os homens.

            O Mundo cumprimenta-o, senhor Presidente Barack Obama.     

10 comentários:

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

"O Mundo cumprimenta-o, senhor Presidente Barack Obama."

Total apoio a sua crônica!
BRAVO!!!
Abraços,
Efigenia

Celso Felício Panza disse...

Foi um gesto político do admirável Obama, estando a grandiosidade dele no engenho de ser a derradeira forma de esvaziar,aos poucos, a retrógrada ideia comunista sepultada desde o mundo iluminista que marcou as grandes convenções da civilização, diante do opinioso e insuficiente travo féleo que alimenta a caminhada da "ilha dos castros". Quanto ao prestígio de Obama entre os cubanos, após o fato, cidadãos residentes E PRESOS em Cuba em seu direito de "ir e vir", basta ver a pesquisa de opinião feita em Cuba, apontando setenta por cento de admiração por Obama e trinta pelo boto e assassino Fidel Castro, depois da incicativa de aproximação por Obama. Abraço Jorginho. Celso

Rita Lavoyer disse...

Todo esforço a favor da liberdade de um povo, de uma Nação é plausível. Que a Paz reine entre os povos.

Carmem Velloso disse...

Aceito a sua afirmação de que Obama é um sucessor de Lincoln, Jorge.
Sério, honesto, capaz e competente. Entrou para a História.
Beijos,
Carmen

Anderson Fabiano disse...

Jorjão, como crônica nada a acrescentar senão o costumeiro elogio. Definitivamente você é, sem favor algum, um grande escritor.
A iniciativa do Obama é louvável sim, preocupa-me apenas que os americanos, ou o que chamo de "louros meninos do norte" continuem com poder de dizer quem anda e quem para, quem cresce e quem morre.
Como cidadão das Américas, não lhes concedo esse poder. Acredito saber bem o que querem quando brincam de deuses.
Abraços fraternos, (hoje e sempre)
Anderson Fabiano

Caio Martins disse...

Pois, Mestre Jorge! Primoroso artigo! Abçs.

Cláudia Banegas disse...

Não sou de comentar assuntos referentes à política, mas em resposta ao seu belíssimo texto, afirmo que sempre admirei o Presidente Barack Obama. Ninguém é perfeito, nenhum governante é, mas alguns acertam mais do que os outros. Meu comentário é pueril? Talvez, mas costumo falar pouco e dizer muito. Abraços e parabéns pelo texto e pelo blog.

Unknown disse...

Parabéns, Jorge, outra cônica "nos trinques", como dizemos por aqui. Abrs

Shirley Brunelli disse...

Querido Jorge, fiquei levemente, mas, fiquei, arrepiada, pelo jeito como você se expressou. Com o gesto de Obama, os cubanos poderão recomeçar a respirar.
Parabéns pela crônica.
Beijos!

Célia disse...

Politicamente, tão descrente que, torço para que não seja um ato teatral muito bem protagonizado.
Abraço.