segunda-feira, 28 de maio de 2012

Existência













Existência

Todos os dias a mesma coisa. Acordar, ajeitar-se no banheiro, tomar café, sair para trabalhar.
E assim vamos. Vamos é mal, não lembrando da obrigação de viver. Olhar o hibisco que floresceu. O céu transparente da luminosa manhã. A conversa calma com a amada, o sabor da comida, o prazer da música.
Uma coisa é ir vivendo, outra, bem diferente, é existir. Saber que a Vida corre nas veias, que esta dádiva viver está fluindo.
Tenho certeza de que o existir é uma obrigação. O depois, nada mais sei.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Rio nem tão antigo













Rio nem tão antigo

O Rio de Janeiro já foi sim, de verdade, a Cidade Maravilhosa.
Vou ser rápido, a saudade é grande. Dá vontade de chorar! Mesbla, Sears, Sapataria Mota, Polar, não existe uma só delas para contar história.
Quando menino acompanhava minha mãe na Sloper (moda chique). Ela gostava de olhar. Casa Granado, tinha tudo de perfumaria, em bancas que você mesmo escolhia. E outras. A Sloper tinha vendedoras lindas e elegantíssimas, eu era pirralho, oito, nove anos, mas já ficava de olho e, bons tempos, sempre ganhava carinho de uma...
Antes havia O Príncipe, moda infantil na Avenida Rio Branco. Sua propaganda nas emissoras de rádio, na época, era a famosa frase “Príncipe veste hoje o homem de amanhã”. Sou um deles, idoso, bem verdade. Meu enxoval foi comprado lá. Pobre do meu pai, deve ter feito uma prestação, era na época jornalista do Diário de Notícias.
A Rádio Jornal do Brasil, com o seu locutor famoso pela voz forte e muito bem empostada, o Majestade (Jorge da Silva), considerada a voz mais bonita do país, era muito famosa pelo pregão “Rádio Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. Na capital da República, doze horas”, e soava um gongo precisamente ao meio-dia. Muita gente ligava ou passava a estação do rádio para a JB, só para ouvir Majestade anunciando a hora.
O Rio já foi muito mais interessante. O excesso de população arrebentou tudo.
O Café Palheta, na Rio Branco, era um must. Quando você estava tomando um cafezinho, via ao seu lado um Guimarães Rosa, ou Dorival Caymmi, Nara Leão... Acabou não sei por quê. Nunca bebi só uma xícara. Eram duas, com uns três cigarros. Todo mundo fumava, inclusive médicos famosos.
Hoje a vida é melhor? Não sei disso não...

imagem: Café Palheta, Avenida Rio Branco

sexta-feira, 18 de maio de 2012














Um país tumultuado

O Brasil é hoje o país da dengue, da fome disfarçada e dos anafalbetos.
Quero dizer com isto que não existe saúde pública, nem programa educacional que vise à educação dos seus jovens, garantindo empregos futuros.
A falcatrua continua tomando conta dos governos. Obras superfaturadas, descaso com as necessidades básicas. Para iludir, os programas de auxílio aos pobres, aos nossos irmãos que ganham pouco ou mesmo nada! Ainda não alcancei o patamar destes dirigentes que fazem disso meta de governo assistencialista.
As escolas continuam sem professores competentes e rigorosos com o aproveitamento dos alunos. Estes, por sua vez, fumam maconha no colégio, desacatam os mestres e são completos ignorantes. Qual o futuro que nos espera?
Enquanto isso, os mais preparados, e até mesmo PHDs, ou vão trabalhar fora do país que não lhes dá condições, ou ficam frustrados.
O atual governo nada faz, salvo aumentar a cada dia que passa o paternalismo, com suas bolsas. Ora, ninguém pretende que o seu irmão nacional passe por necessidades. Não tenho o direito de almoçar enquanto meu vizinho, sempre mais distante, passa fome o ano inteiro. Culpa de quem? Do maldito governo que não prepara seus jovens, desconhecendo a educação básica e a formação de futuro profissional competente. O SESC e o SENAI são hoje pequenos, ínfimos para atender a demanda.
Enquanto isto, estes políticos, Dilma inclusive, se preocupam na reeleição, prometendo mundos e fundos, e não realizando nada.
Não é assim que vamos chegar a canto algum de progresso. Os intelectuais têm culpa? Óbvio que sim. Os professores estão silenciosos, ou silenciados. Os literatos pensam apenas nos seus textos poéticos. Não batem duro como os escritores que revolucionaram o mundo.
A consequência é uma só: vamos continuar na mediocridade e no obscurantismo.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Cotas













Cotas

Há pouco tempo, manifestei minha opinião sobre o regime de cotas nas universidades. Também há pouco tempo o Supremo Tribunal Federal reconheceu a legitimidade do mesmo, diante da Constituição Brasileira.
Grupos étnicos e alunos pobres têm participação determinada por número fixado.
Sou contra. Frontalmente contra e explico minhas razões de modo lógico, sem usar argumentos políticos ou sociais falsos.
A verdadeira razão de este regime ter sido criado é o estado deplorável que se encontra o sistema de educação pública no país. Um aluno faz o curso primário completo e recebe seu diploma. É sabido por quase todos que muitos destes ‘diplomados’, não sabem ler nem escrever.
Os governos não investem na educação, na formação de bons professores, na modernização do ensino. A consequência imediata é a péssima qualidade do aluno. A matemática é um exemplo. Os estudantes brasileiros, no último levantamento internacional, ocupam o último lugar de todo o mundo. Uma posição que envergonha o Brasil.
Os diplomados pelas universidades brasileiras, para o ingresso na Ordem dos Advogados, têm que passar por exame que a entidade faz, para evitar que incapazes se tornem profissionais. O Conselho de Medicina já pensou várias vezes em adotar o mesmo sistema.
A conclusão é uma só, e salta aos olhos de qualquer pessoa de bom senso. Não existe ensino sério neste país. Que faz o governo para fugir da sua responsabilidade? Adota um sistema discriminatório. Constrói escolas, talvez para dar satisfação ao povo, ou com propósitos eleitoreiros, ou para as grandes empreiteiras faturarem mais.
A razão é só uma. Não há ensino! Não venham com desculpas que não convencem. Educação é problema do governo. Além das novas escolas, coloquem nas que já existem professores capacitados. Acabem com a arrogância de alunos mal criados perante aos professores. Um só policial militar em cada escola, não só zela pela segurança da mesma, como coíbe o procedimento destes alunos, que vão à escola não sabemos a causa. O aluno é pobre? Que o material didático seja integralmente fornecido a ele. Educação funciona assim!
O bom aluno não tem cor, nem usa relógios de marca, muito menos caneta Mont Blanc. Ele estuda, orientado por bom professor.
Parem de enganar o povo. Não somos idiotas, como vocês querem.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Folhas














Folhas

Tantas flores espalhadas,
tantas folhas pelo chão
quais lágrimas derramadas
e todas elas em vão!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A calma da noite














A calma da noite

Tudo silêncio. Não se ouvia a barulheira infernal das cidades.
O mundo mudou para pior, bem pior. O desrespeito pela sociedade parece ter tomado conta de tudo. Não parece, tomou mesmo.
É só aqui? Todos fazem a pergunta. Não. O mundo caminha por trevas. Estas vias obscuras parecem ter tomado conta em definitivo do poder.
É o crack amaldiçoado, o sintético químico que mata aos poucos, sem ninguém perceber. O ecxtasy arrebenta tudo, corpo e alma. Mas tem cada vez mais adpetos, que não tomando conhecimento da acumulação progressiva no corpo, usam indiscriminadamente a droga que deixa a boca seca.
É o mundo que se vive hoje, não por todos, mas por minoria que pode contagiar. Era o que acontecia com o casal que não passava dos vinte e cinco anos de idade. Bebiam água, muita água. Os sensores cerebrais haviam perdido o controle sobre o corpo. A casa da balada permitia que tal fato acontecesse. Assim é no mundo inteiro. Parece que os jovens, especialmente os que não foram educados com carinho por pais e mães, perdem-se no aparente mundo encantado.
O mundo é assustador e maravilhoso, ao mesmo tempo. Será que é fato de hoje?
Tudo leva a crer que não. O mundo mudou. Impossível saber, se no silêncio da madrugada, estamos descansando, dormindo ou não.

Para muitos, as noites altas são feitas visando o descanso. Muitos, e não são poucos, gostam de aproveitar o período para produzir.
"Suave é a noite", de Scott Fitzgerald, é um dos exemplos.
A noite é tranquila. Pode sim, pode não. Afinal, é uma questão de gosto. Nada mais.