quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O porto de Mariel

                  

            Criticada por todos pelo investimento feito no porto de Mariel, Cuba, Dilma tem defensores que argumentam que o mesmo será porta de entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos.
            É preciso ser bastante crédulo para acreditar nisso.  Acaso os portos norte-americanos são deficientes?  Necessitamos de uma espécie de ponte para alcançar os EUA?  Não.  É desculpa para justificar o investimento.
            Enquanto isto, os portos brasileiros necessitam de reformas imediatas, inclusive com a dragagem que impede a atracação de navios de muito calado. O problema é antigo, e não foi resolvido.  Muitos graneleiros aguardam no mar a hora de uma aproximação, enquanto outros são carregados dos nossos produtos por transporte marítimo local.
            Nosso problema portuário está longe de ser bom, e solucionado.  Interessante notar que o país está cada vez mais dependente da exportação, e muito se perde em produtos agrícolas por falta de bom acesso aos portos e eficiente funcionamento dos mesmos.

            Fica a dúvida.  O investimento não era necessário.  Mas e o pagamento da dívida?  Afinal são 957 milhões de dólares emprestados pelo BNDES.  Se vai ser paga ou não é fato que ninguém pode afirmar. 


Publicado no Pravda em 31/01/2014
http://port.pravda.ru/news/sociedade/31-01-2014/36147-porto_mariel-0/ 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Regra do Jogo



           
            Conforme prometido, estou disponibilizando sem qualquer ônus para os amigos e conhecidos deste site o download do livro “A Regra do Jogo”, publicado pela Amazon, nos dias 24, 25 e 26 deste mês de janeiro.
            Para acessar com facilidade, basta clicar no link e seguir as instruções da editora.
            Quem já baixou o “Casarão” não encontrará dificuldade nenhuma, inclusive por já estar catalogado e com o aplicativo que a Amazon fornece sem cobrar nada.
            Aqueles que possuem o aparelho leitor “Kindle” fazem a operação em menos de três minutos.
            Abraço a todos.

http://www.amazon.com.br/Regra-Jogo-Jorge-Sader-Filho-ebook/dp/B00FBYSL7O/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1390480470&sr=8-1&keywords=A+Regra+do+Jogo

Está encerrada a promoção.  Atingiu 53 downloads, que considero excelente.  Obrigado.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Música popular brasileira






      Recordações de um tempo que se foi.
      Viola cantando nas mãos de Nequinho, nosso amigo Humberto Gil Innecco, que já se foi.  Esta música, de Herivelto Martins e David Nasser, era interpretada por Nelson Gonçalves, tenor popular, voz forte, privilegiada, afinadíssima. 
      Nelson morava na nossa rua, poucos metros mais.  Andava todas as tardes no outro lado da calçada, cabeça baixa.  Havia passado maus momentos por causa de droga.
      Certo dia, Humberto que o imitava muito bem, emendou "Pensando em ti".  O cantor famoso parou, atravessou a rua, cantou junto e depois deu um longo abraço no nosso amigo.
      Dos seus olhos saíam lágrimas discretas.  Ele nunca poderia imaginar que um bando de adolescentes pudesse lhe prestar tão sincera e despretensiosa homenagem.
       Dizem alguns desavisados que esta música e o cantor são 'bregas' e 'cafonas', quando na verdade fazem parte da história da MPB. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Os bruxos



O mundo sempre foi ávido pela sabedoria dos bruxos.
Eu acompanho e destaco dois deles: Heidegger e Jung.
Fico intrigado com o ponto que humanamente chegaram estes dois mitos do século vinte. Heidegger é conhecido como o filósofo que soube entender as causas primeiras, e reconhecer que o homem tem sua vida marcada pelo término, fato não aceito por nós, mas uma realidade insofismável.
Contra ele consta a sua inscrição no partido nazista. Foi no começo do movimento, as atitudes de Hitler ainda não mostravam agressividade, mas a recuperação de uma Alemanha combalida.
Ao contrário, Jung sabia com segurança que o espírito de Wotan, o deus guerreiro dos povos do norte europeu, iria influenciar, incitar o alemão e causar a guerra. A situação era inevitável. E transformou-se numa realidade dura de engolir.
O homem, por mais que não queira aceitar, tem seu fim. Tanto o alemão, como o suíço, sabiam bem desta realidade, comum a todos nós, mas que evitamos falar. O futebol, o chope, a caipirinha, o belo traseiro das mulheres, encarregam-se de afastar a ideia. Mas não adianta, mais cedo, mais tarde, vamos nos encontrar com a grande realidade.
Os bruxos que cito sabiam disto perfeitamente. Heidegger foi um grande teórico, mas Jung compreendia o fato na pele. Suas anotações provam o afirmado. Mais de quarenta livros, escritos pelo bruxo de Zurique e Bollingen, na sua famosa casa de pedra, construída por ele mesmo.
A obra de Heidegger está compilada em setenta volumes. O outro bruxo compreendia perfeitamente o limite humano.
Somos nada e somos tudo, ao mesmo tempo. É a conclusão que temos nos estudos dos dois, e na nossa compreensão interna mais profunda.
É quando o cronista encerra, para pensar e concluir que os bruxos estão certos, cientes da nossa finitude.

Nossa compreensão não está sujeita às leis matemáticas.