terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Deixa eu te amar livremente















Por que o receio? É medo, ou coisa que o valha? Saiba então minha querida, que de medos ando cheio, qualquer deles me atrapalha. Não posso amar sozinho? Quem disse isso, amorzinho? Isto é fogo de palha!
Tem tanta gente no mundo que cada vez mais se atrapalha, dando palpites, conselhos ou qualquer coisa que valha... Acho graça destes tipos. Em tudo metem o nariz. “Quem é você que não sabe o que diz?”. Ah, Noel quanta sabedoria, nos bares, serestas escondidas da luz do dia. Foi livre destes ares cheios de tanta hipocrisia... Não teve esses azares.
E eu, o que faço? Fico sujeito às normas? Ninguém se livra delas, sempre existe quem conteste as formas despidas que tenho e tão repetidas são, não existe quem não as ateste...
Que tenho eu com isto? Não, eu não desisto deste destino ingrato, é ele o meu prato que vou digerir, até fique farto.
Pergunto outra vez, docemente, sem nenhum rancor na mente, por que este ardor eu tenho de amar-te tão livremente?
Alguma maldição? Creio que não. Por favor, me dê a mão...
Não posso ficar sozinho, tenho medo deste espinho que se chama solidão!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O maravilhoso mundo do jazz

Aprendi a gostar da música, na época dos negros norte-americanos com quinze anos de idade.
Ouvia pelo programa radiofônico “A hora da Broadway”, às seis da tarde. Ficava impressionado com os músicos que dominavam seus instrumentos, e a interpretação completamente diversa da música clássica e a popular mais trabalhada.
Durante mais de dois anos, ouvia o programa diariamente. Comecei a aprender os nomes de compositores e instrumentistas, além dos conjuntos. Minha mãe, pianista formada e bem razoável no teclado, sempre por perto, ouvia também. Não fazia comentários. Certa ocasião, tocou o mito Charlie “Bird” Parker, na época o maior saxofonista de jazz dos Estados Unidos. Ela veio escutar de perto. Ficou maravilhada! A conhecedora dos clássicos e os seus grandes intérpretes falou simplesmente “jamais escutei nada igual”.
O jazz é a música da alma americana, tradicionalmente. No entanto, uma vez divulgado mundo afora, transformou-se em linguagem música universal. Os antigos músicos e bandas de New Orleans deram lugar ao jazz nova-iorquino, revolucionário e arrebatador.
Nomes? São muitos, impossível catalogar aqui. Diria que os grandes gigantes do jazz são praticamente impossíveis de enumerar. Para não dizer que nada falei, diria e digo Charlie Parker, Red Garland, Ron Carter, Miles Davis, John Coltrane, Bill Evans, Dave Brubeck, Eric Dolphy, Thelonius Monk, Keith Jarret, Ornette Coleman, a lista é imensa, convém parar.
Os improvisos são maravilhosos, e alguns bem longos, ultrapassando vinte minutos, onde o artista vai até as últimas consequências da sua expressividade musical. Este é o famoso jazz de vanguarda, existe o tradicional, nem por isso menos bonito ou importante.
Posso escrever horas. Mas vou encurtar assunto tão fascinante. Minha música é My Favorite Things, com Coltrane e seu quarteto.
Mas continuo gostando, e muito de Harlem Nocturne, do compositor Earl Hagen. Abria A hora da Broadway.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A responsabidade no escrever

Artemis


















      Preocupo-me sempre quando escrevo algo.  Como já confessei, o medo do branco envolve muitas coisas e fatos.  Um deles é deixar nossa alma exposta.
      Diria que além de ousar, o ato de escrever tem lados claros e lados escuros, como tudo nesta nossa vida.  A criação, seja do estilo que for, é um mistério.
     Uns têm a capacidade de criar, outros a de ler, saborear, interpretar.  Odiar, inclusive.  Quantos autores não ficaram com a fama de “malditos”?
     Agressivos, não respeitam nada, não lhes interessa se o leitor tem suas convicções, seus anseios, sua coragem e medo.
     Escrever é, antes de tudo, ter responsabilidade.  Os irresponsáveis põem-se a discutir o sexo dos anjos, mas camuflando muito bem a realidade.
     Escrever é um ato que exige não só o conhecimento da língua, como fazer isto com elegância, sem dar margem a discussões sem propósito.
     Os que acreditam que tranquilamente podem pegar a folha de papel ou a tela e o teclado do computador dizendo o que bem entendem são falsários.  No mínimo, iludidos.
    Escrevem tolices em cima de tolices e não se dão conta – ou não querem fazer isso – que estão massacrando a tão bela e sutil literatura.
    Não, a verdade que envolve o ato de escrever bem reside exatamente em esclarecer o leitor, envolvê-lo com um romance de bela trama, ou uma poesia que o encante...
    A ousadia e o improviso, quando se cria, têm que ser acompanhadas de talento, que pode ser maduro ou ainda se formando. 
    Insisto numa tecla: escrever pressupõe responsabilidade.
    A História registra casos e mais casos terríveis, que deram origem a guerras, conflitos internos, práticas criminosas e endurecimento do espírito humano, todos causados por livros de pessoas completamente insanas. 
    Pior: muitos deles, até hoje, são admirados como gênios...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Morena (trova)














Toda vez que  aqui ela passa
Olhos mirando você,
ela está fazendo graça
só quem é cego não vê.