sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Castigam o Brasil



            Nosso país, que aprendemos no primário ser o lugar do futuro, ainda se encontra travado pela politicagem.
            Há poucos anos, num espaço indeterminado que não se sabe bem se no governo Lula ou Dilma, ocupávamos destaque internacional, as finanças se encontravam sob controle, e o crescimento era considerado muito bom.
            O poder corrompe, tiraniza e passa a se apoderar do que não é seu.  Éramos então, na época, a sexta economia do mundo.  Um lugar invejável, é bom que se reconheça.  Mas o trabalho que vinha desde Pedro II, agora colhendo os frutos, foi interrompido por dirigentes que nada conhecem sobre a condução de um país.  Preocupados em aparecer, dedicaram-se ao social, mas também sem conhecimento.  O resultado só poderia ser um: o desastre.
            Lula estava certo que era um privilegiado pelos deuses das nossas religiões de procedência africana.  Iluminado, inteligente, acima do bem e do mal, senhor da terra, da água e do céu.  A sucessora Dilma, procedendo como inspetora de disciplina de colégio particular, muito incipiente no trato com a coisa pública, terminou por dar o tiro de misericórdia no país ainda com vida.  Permitiu que fossem praticados vários crimes de responsabilidade fiscal, e terminou embaraçada em crime comum mesmo, como a dilapidação do patrimônio da Petrobras.
            O país se encontra em frangalhos, para alegria dos estrangeiros que estavam sendo massacrados.  É a vingança que tanto esperavam.
            O declínio é brutal.  Inflação, falta de empregos, preços altos dos combustíveis e energia elétrica. Agora com a greve dos caminhoneiros, ameaçando toda uma sociedade que necessita de alimentação, por exemplo. É preciso tomar consciência, antes de tudo, que governos não se improvisam.  Eles devem seguir uma linha de determinação estabelecida.

            Governar não é para amadores.  É necessária experiência anterior, inclusive incluindo dificuldade.  Chegamos a um ponto que ninguém e capaz de dizer como se arruma a casa outra vez.  Males que não existem no parlamentarismo.  

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Carnaval

             

            É costume dizer no Brasil que o ano começa depois do Carnaval. Talvez seja verdade.
            Abaixo da linha do equador a coisa é diferente.  Aqui, os meses de janeiro e fevereiro são insuportáveis.  Quentes, abafados, a cidade grande não permite que o ar circule direito, por causa dos altos prédios.  O asfalto é uma capa, um isolamento perfeito do que antes era terra, depois pedra.  Acumula um calor horroroso, além de ser excelente isolante para água de chuva.
            Tudo se torna penoso.  O andar nas ruas, o trabalho, a locomoção.  Estes dois últimos, faz tempo, adotaram o ar refrigerado.  Você sente o frio, ou pelo menos não sofre com o calor enquanto trabalha ou está na condução.  Saiu, danou-se.  É como enfrentar o bafo de uma panela com água quente.
            Mas chega o Carnaval e tudo muda.  As estradas ficam cheias de retirantes que procuram férias curtas em locais aprazíveis.  Caramba, que as filas são duras de encarar, são quilômetros e mais quilômetros.  Mas o povo enfrenta, a praia que se dirige não é tão longe assim, o lugar é mais fresco, sopra uma brisa gostosa, a cerveja gelada na areia parece o mais santo remédio, e muitas vezes é mesmo.  Alguns mais preparados levam um vinho branco, colocam a garrafa no recipiente que guarda a temperatura.  A barraca protege do sol inclemente, a água do mar está com uma temperatura invejável, cada mergulho parece um renascimento.  Mulheres exibem plástica perfeita, adquirida a duras penas nas academias durante todo o ano, esperando o festejo.
            Viagreiros, palavra inventada pelo escritor João Ubaldo, debochando de algum da sua turma que não sobrevive sem o citrato de sildenafil, princípio ativo da droga, dão vivas à ciência. Estão livres do “mas isto nunca me aconteceu antes”, deslavada mentira tantas vezes repetida.  Podem sem medo enfrentar a morena bem ‘malhada’ que o marido trocou por uma de menos dez anos.

            É tudo um sonho, que vai acabar na reunião da quarta-feira às três horas na empresa, ou quando o folião, ainda pensando na água gelada do mar, procurar o  alicate de corte na sua bolsa de eletricista. 

Publicado no Pravda de 23/02/2015   Link http://port.pravda.ru/news/sociedade/24-02-2015/38179-carnaval_brasil-0/    

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Não se entende

               

            Certas coisas, certos fatos, são difíceis de serem entendidos.
            Todos sabem das investigações feitas pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público e sob jurisdição do juiz Sérgio Moro, no Paraná.  Os mais importantes empresários da construção civil encontram-se presos, acusados de participarem dum desvio de dinheiro de rara proporção, dito mesmo como o maior mundial.  Foi cometido contra a Petrobras, em sucessivos golpes praticados por diretores e funcionários do primeiro escalão daquela empresa, que se encontra seriamente abalada.
            Os nomes vão surgindo aos poucos, e políticos que ocupam cadeiras no Congresso Nacional, que hoje, primeiro de fevereiro de 2015, estão comprometidos.  A investigação prossegue e os culpados devem receber punição, pela seriedade com que a justiça está tratando dos fatos.  Segundo pode perceber-se com facilidade, os alvos finais são o ex-presidente Luiz Inácio e a atual, Dilma Rousseff.
            Ora, toda a imprensa norte-americana sabe e comenta o fato, em tom jocoso, da refinaria de Pasadena.  Na ocasião da sua compra pela Petrobras era um lixo que pouco servia, tamanho o estado deplorável que se encontrava. Os norte-americanos, conhecidos mundialmente como excelentes nos negócios, riram da compra de um respeitável ferro-velho que nunca funcionou e foi um alívio para os seus donos a venda do mesmo, belgas.
            Todo o processo de compra foi cuidadosamente disfarçado como negócio futuramente rentável, pagando a empresa brasileira a quantia de 1,18 bilhão de dólares, enquanto seu valor estimado pela própria Petrobras era de 190 milhões de dólares.  A brutal diferença, por si só, já demonstra irregularidade.  O conselho da empresa recomendou a compra.  A diretora era Dilma, e o presidente, Lula.
            Este fato já justifica a intervenção do Ministério Público Federal, para apurar se foi criminoso ou não, independente do processo no Paraná, como já foi dito, que trata de desvios monetários, não compra de refinaria que continua enferrujando.  Capitanias Hereditárias.  Quem se lembra delas, objeto de estudo da História do Brasil, acha que não houve diferença.  

            O país virou chacota na imprensa mundial.