quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O ano de 2016

                    

            Definir e pormenorizar 2016?  Tarefa para profissional competente.  Seja jornalista, historiador ou mesmo mero observador do comportamento humano.
            O ano foi duro.  Após o Partido dos Trabalhadores, num golpe traiçoeiro contra todos nós, ter se mostrado um conglomerado de bandidos, Dilma Rousseff sofreu impeachment no Senado Federal.  Mostrou, todo o tempo que esteve à frente do governo, ser absolutamente incapaz, pessoalmente, e favoreceu, direta ou indiretamente, que seu partido e membros dele cometessem todos os tipos de crimes contra o patrimônio da Nação.
            O Brasil progredia economicamente.  As leis eram respeitadas.  Mas, por desgraça nossa, Lula é homem ambicioso, dado a negócios escusos e um exemplo de governante que gosta de se apropriar o que não é seu, é do povo.
            Toda a trama começou após o Foro de São Paulo, obedecendo rigidamente os princípios de Fidel Castro.  O protocolo foi firmado, com a finalidade de transformar a América Latina num grande complexo bolivariano. Sendo Simón Bolívar um político profundamente duvidoso, desconhecedor das bases de uma economia desenvolvida e extremamente defensor da política do estado forte, dominador e gestor da coisa pública, contra qualquer interesse não centralizado nas mãos poderosas do executivo, no seu entender.  Um erro crasso, como qualquer estudioso pode assegurar.
            Caminhamos para a conjunção bolivariana, até quando os escândalos de grandes rombos estavam ocorrendo na nossa economia.  Surgiu a famosa Lava Jato, que começou a ver, ouvir e investigar os desmandos petistas.  Dilma foi impedida de continuar a ser presidente, por força do impeachment declarado pelo Senado Federal.  Dia após dia, eram e são descobertos golpes contra o erário jamais vistos em toda a República.  Nomes de outros participantes, de outros partidos que não o PT surgem pouco a pouco.  São muitos, nada se pode falar com segurança no momento.
            A verdade é que o país tem hoje 12 milhões de desempregados, a Petrobrás está aparecendo como uma companhia petrolífera de maior dívida internacional, um absurdo.
            Solução? Sim ela existe, e já se tenta por em prática.  Tudo indica que dará certo, mas nada em curto prazo.  Vai demorar.  Enquanto isso, o povo, como sempre, paga pelos desmandos e sofre profundamente por eles.    

domingo, 4 de dezembro de 2016

Calado

                                

            Tempo quente, ora calor, ora frio, ninguém entende mais nada.  Pouco importa.
            O fato é que estavam todos sentados num bar elegante, manhã ensolarada, chopes bem tirados saindo em seguida.  Cinco.  Eram cinco: três amigos e dois convidados.   A conversa não poderia ser outra: política.  Dependesse deles os problemas da nação – quem sabe do mundo – estavam resolvidos.  Mas passa uma mulher, talvez vinte e quase trinta, que assombra.  Alta, boa desenvoltura e boa mesmo, bonita, bem feita.
            — Homem de Deus, o que é isso?
            — Uma mulher bonita, não está vendo?
            — Claro que sim, não sou cego. — Tomou um gole grande.  Chope de melhor qualidade.  Viu um dos funcionários, com uma faca especial para boa cozinha, cortando finas fatias de linguiça.  Depois, cubos de provolone.

            — Quem será esta, não conheço e moro aqui há anos.
            — Também estou vendo pela primeira vez. Boa e linda demais.
            A bela mulher acabara de virar alvo de investigações de gente não lá muito recomendável. Quer dizer, fofoqueiros, o que não é boa referência para homens.  “Alfredo Maluco”, que só pelo apelido já fica apresentado, pensou alto:  — Conheço, mas não sei de onde.
            Nem poderia lembrar direito, já estava de fogo.  Um dos participantes da mesa estava visivelmente nervoso.  Aparentemente, sem nenhuma razão. Especialista em previsões de mercado futuro, na bolsa de São Paulo, era frio por natureza da profissão.  Mas estava.
            A tal mulher maravilhosa não foi à praia, estava fazendo compras pequenas num mercado da vizinhança.  Seu erro, talvez, fosse o short curto, que permitia visão completa.  O traseiro, que traseiro!  Pernas perfeitas, para a imaginação dos que viam aumentar bastante.  Ela conseguiu centralizar a conversa.  ‘Alfredo Maluco’ morava muito perto dali.  Pegou o celular — quem não usa estes aparelhos hoje? — e ligou para o filho.  Catulo, nome dado em homenagem ao poeta e compositor Catulo da Paixão Cearense, em pouco tempo estava junto ao grupo.  Sentou-se junto a todos, bebia pouco, não gostava de chope, foi de cerveja mesmo.  O pai cochichou algo no seu ouvido. Ele foi até o mercado e viu a mulher.
            — Piranha, pai.  Os novinhos da área ela já devorou todos.
            — Hã? Você também?
            — Eu não, mas o Luis já castigou. – Luis era o irmão, pouco mais velho.
            — Tem certeza?
            — Absoluta! — O marido, perto, escutou tudo.

            Ela estava voltando.  Um pequeno volume de compras na mão direita.  O marido, que estava sentado com eles, já desconfiava fazia tempo, deu um salto, pegou a faca do cozinheiro e enfiou sem dó nem piedade no bucho da gostosona.
            Acontece.  Pegou apenas oito anos de reclusão, homicídio simples.