sexta-feira, 25 de junho de 2010

Festas Juninas

Festa junina














Carmo, é bom dia mesmo, acordei e vi sua mensagem.
E Viva São João! Não sei se você conhece nossos hábitos juninos.

Na véspera de São João e São Pedro, é costume juntar amigos e convidados e fazer uma festa, quase nunca na cidade por causa da fogueira que é feita.
O local é todo enfeitado com bandeiras pequenas, de papel colorido.
As vestes dos participantes são assemelhadas a dos camponeses, com exagero.
Botas surradas, camisa xadrez, chapéu de palha e muita disposição para encarar a festa que deve ir até o raiar do dia.
Comidas bem preparadas: arroz doce, broa de milho e a tradicional canjica.
Tudo isto sem falar nos petiscos. Pipoca, amendoim, cocadas. Bebida é o quentão, uma mistura de vinho quente com rapadura.
Batatas-doces e aipim são cozidas no calor da fogueira, enquanto os sanfoneiros e violeiros tocam músicas características.
Depois, como não poderia deixar de ser, paga-se caro pela brincadeira!
E os namoros? Muitos casamentos começam nas festas juninas. Pena que nas cidades as festas não são feitas, cidades grandes, porque nas pequenas têm sempre.

Gostei de saber da trova de autoria desconhecida. Os professores dizem sim, que ela possui as características portuguesas.
O Antonio Aleixo, nunca ouvira falar. Um poeta conhecido, analfabeto! Incrível! Gostei muito da trova composta por ele.

Até mais, querida amiga.
Carinhos,
Jorge



Resposta a um e-mail de amiga. onde fiz uma crônica sem perceber.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Poetas e prosadores

Escrevendo












São ambos os encarregados de manter a literatura viva. Poetas e prosadores, salve!
Interessante quando lemos um ou outro. O poeta é sim um sonhador. Veja a sua produção. Quase a totalidade é sonho, devaneio, tristezas e exaltações. Amores que se formam, amores que já não mais existem. Saudade. Exortação.
Dizem que o poeta nasce, não se faz. Acredito. Tem o dom de ver a pequena planta que nasce no muro velho e deste fato, aparentemente tão comum, transformar num poema celestial. Puro sonho, mas a Vida autoriza.
Acaso você já olhou a mirrada flor que aparece entre tijolos? Procure. Vai ter uma surpresa. É como se fosse um milagre, não se sabe quem plantou, não foi regada senão pela chuva. O poeta vê e contempla. Depois, passa para o papel.
Muitas vezes parte para tarefas que são quase impossíveis de serem feitas. “Cesse tudo o que a musa antiga canta
“Que outro valor mais alto se alevanta.” - Camões, “Os Lusíadas”
Pois bem. E os prosadores? Costumam sonhar menos, mas nem sempre. São comuns os romances e contos que partiram de fato ocorridos, onde a fantasia entra como elemento catalisador. Seria cansativo enumerar obras e nomes, que escrevem em português. Aliás, tarefa quase impossível.
Os cronistas estão sempre fantasiando a verdade. Já ouvi dizer que são os repórteres de fraque e cartola. A elegância no escrever transforma a maldita e sanguinolenta briga no botequim, num desentendimento num bar não sofisticado.
Assim eu vejo os escritores. Estarei errado?
Creio que não.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ídolos de sempre

Garrincha















Sim, amigo. Um livro destes é interessante, com passagens pitorescas como o radinho que Garrincha comprou na Suécia! Mas quem se interessa?
Esta é verdadeira, quem conta é Newton Santos, o maior lateral esquerdo do Brasil e do mundo. Caso ele visse espaço, saia em busca do gol.
Fez um, na Copa da Suécia. Desarmou o atacante, viu um corredor aberto e partiu firme.
Forte, alto, atlético, fez um gol com o seu famoso chute fortíssimo.
Seu apelido "Enciclopédia" vem daí. Conhecia a defesa, o meio de campo e o ataque.

Vou contar, não aguento!
Garrincha apareceu no futebol por causa dele. Foi fazer um teste no Botafogo, disse que era ponta direita e o técnico, Gentil Cardoso, de sacanagem, vendo aquelas pernas tortas, colocou no treino.
Ora, o ponta direita é marcado pelo lateral esquerdo, no caso, Newton Santos. Entre outras, Garrincha colocou uma bola entre as pernas do zagueiro, a famosa “caneta” !
Acabado o treino, Newton falou particularmente com o técnico: "contrata esse cara, fez o que quis de mim, e eu só paro se der porrada nele."
Foi o bastante para Garrincha começar na ponta direita do Botafogo.
Chamava todos os seus marcadores de “João”, pois não se preocupava em saber nomes; sua ingenuidade era tão grande como o seu futebol.
Yashin, o famoso goleiro russo que pegava até pensamento, o Aranha Negra, fez questão de no seu jogo de despedida, que seu ídolo Garrinha fosse o ponta direita do time adversário.
Ambos são mortos. Será que morreram mesmo? "Encantaram-se."
Acabei de escrever uma crônica.


Resposta a um e-mail, onde escrevi uma crônica sem perceber.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O sabor da verdade

Verdade














Não escrevo como terapia, muito menos para dizer que escrevo.
Escrevo porque gosto. Um bom texto fala! Basta que esteja bem escrito e seja trabalhado. Um improviso pode ser brilhante, mas não vai durar muito. Esta literatura para ser digerida, imposta pela propaganda prévia e bem organizada, produz gente como os autores de best sellers norte-americanos, onde existe uma verdadeira indústria do livro medíocre.
Como falar mal é a pior estratégia, afirmo que quem não escreve a sua verdade ou não é lido, ou vai ser esquecido cedo. Sentimentos e emoções têm que ser autênticos, não podem ser copiados nem imitados. Mesmo porque é impossível imitar um texto todo. Uma, duas frases, talvez passem. Na terceira vem o desastre, exceto quando se copia um texto inteiro, o que não é nada raro. Num concurso de versos, concurso importante, é bom dizer, há bem pouco tempo, um cínico enviou um poema completo de Olavo Bilac. Ficou em trigésimo primeiro lugar... Imagine-se a banca seletora, depois de saber do fato.
Um outro, de apenas treze anos de idade, enviou para concurso diverso do citado, um trecho grande, extraído do “Espumas Flutuantes”, de Castro Alves. Primeiro lugar destacado, até que descobriram a peta.
Influências todos sofremos. Mas querer passar disto é demais.
Nada como o texto enxuto, corrido, trabalhado, aquele que quando se lê tem sabor da verdade.
A literatura, como qualquer outra arte, não tem espaço para falsários. Não sabe escrever? Ora, vá vender pipocas...