Quando se fala em eleição, todo cuidado é pouco. É necessária a maior isenção no que se
escreve, para não abalar a credibilidade.
As eleições para presidente da República transcorreram normalmente,
em ordem e obedecendo aos princípios democráticos. Ao contrário do primeiro turno, quando houve
muita reclamação de demora para votar, desta vez o ato foi rápido e simples.
A disputa foi duríssima, o que podemos verificar pelo
número dos votos:
Dilma Rousseff - 54.501.118
votos, Aécio Neves - 51.041.155. A
diferença entre ambos é de 3.459.463 votos, a mais dura eleição conhecida
presidencial ocorrida no país.
Considerando que a cidade do Rio de Janeiro tem no momento população de
6.458.252 habitantes, fica fácil notar que a vitória foi por pouco mais do que
a metade da população carioca. Para se
ter uma noção ainda mais exata, o ex-jogador de futebol Romário foi eleito
senador pelo Rio de Janeiro com 4.683.572 votos, número superior a diferença entre Dilma e Aécio.
Mas afinal, por que tanto valor a números? Porque eles mostram o nítido enfraquecimento
de Dilma, neste segundo mandato que ainda não se iniciou e já apresenta uma
série de problemas. O PMDB, partido do
vice-presidente Michel Temer, foi o grande vitorioso das eleições, fazendo sete
governadores de Estado e a maior bancada no Congresso Nacional. Dois dias após ser reeleita, Dilma viu o seu
decreto que autorizava o povo a fazer escolhas políticas ser derrubado pela
ainda antiga Câmara de Deputados, onde os membros estavam irritados com o
executivo pretendendo legislar, constitucionalmente tarefa dos
congressistas. O decreto segue para o
senado, onde naturalmente terá o mesmo destino.
Vai ser declarado nulo.
O segundo será a escolha dos ministros da área
econômica. Com péssimos resultados,
déficit e inflação ainda sem controle, cogita-se de nomes que nunca
interessaram ao PT, mas por falta de gente capacitada, terá que chamar até
mesmo participantes do governo Fernando Henrique, como Henrique Meirelles, para
o Banco Central. Outro grande
capitalista que parece não deixar de ser convidado para a Fazenda é Luiz
Trabuco, presidente do Banco Bradesco, um dos maiores brasileiros.
São escolhas inevitáveis que Dilma vai ser obrigada a
fazer, para conseguir administrar o país em 2015, já consagrado pelos
economistas do país um período muito difícil.
Publicado no Pravda de 29/10/2014http://port.pravda.ru/cplp/brasil/30-10-2014/37537-luta_dificil-0/
Publicado no Pravda de 29/10/2014http://port.pravda.ru/cplp/brasil/30-10-2014/37537-luta_dificil-0/