Este trabalho tem o título
furtado. Meu pai pretendia levar até o
fim histórias que viveu na sua infância e princípio da juventude, na sua cidade
natal, Bom Jardim, Estado do Rio de Janeiro.
Advogado de invulgar talento, inteligência rápida e muito
objetiva, nos dez anos finais da sua vida ocupou-se de trabalhar textos onde
pretendia mostrar a luz da Lamparina de Oratório Velho, que nunca pude saber
com exatidão se era sua casa quando criança, se alguma capela de fazenda do
lugar, ou mesmo se o oratório velho era mesmo seu corpo e sua alma, iluminados
por velha lamparina de querosene. Ele
jamais foi taxativo a este respeito.
Escrevia, não falava demasiado sobre o lugar, salvo o essencial.
Não terminou o seu livro, que fazia devagar e procurando
transmitir fatos engraçados, comuns ou mesmo tristes, fatos da Vida. Herdei dele este gosto por escrever; divido
com a minha mãe que era eclética: pintava e tocava piano, era formada nesta
última arte. Incluo meu irmão,
conhecedor da música clássica, especialmente óperas, que escutava
diariamente. Jorge, Julinha e João
Carlos, tão queridos meus que já se foram e aos quais presto minha homenagem.
http://www.bookess.com/read/14614-lamparina-de-oratorio-velho/
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