terça-feira, 22 de agosto de 2017

Capitanias Hereditárias

               

            Acredito que todos se lembram das Capitanias Hereditárias.
            Vamos reavivar memórias.  Elas foram instituídas por Portugal, e a finalidade era de ‘colonizar’ o Brasil. Dividiram aleatoriamente o país em latitude e longitudes, colocaram nomes nas frações e designaram donatários, ou seja, chefes absoluto para as mesmas, quase sempre ricos aventureiros portugueses.
            O poder do donatário era grande.  Instituía impostos, distribuíram cartórios, terras menores e dirigentes.  Um misto de presidente, governador, prefeito e congresso.  Tudo podiam, desde que obedecessem as ordens da corte e enviassem parte do lucro auferido.
            Bem depois, veio para cá a família imperial portuguesa, fugida de Napoleão.  As Capitanias deram lugar ao poder imperial.  Como não pretendo dar aula de História do Brasil, deixo o resto com os leitores.  
            Como bem diz o povo, ‘o trem anda’, e depois do nosso maior governante, Pedro II, nunca mais tivemos um dirigente sério, em tempos de democracia.  Voltamos às Capitanias, e estamos nelas até hoje.  O donatário tudo pode, os vassalos obedecem, com a diferença de que o donatário maior hoje se chama presidente da República, e os menores, governadores de estado.  A continuar assim, o Brasil vai à garra.
            Todos hoje sabem que o ultrassado regime presidencialista é apenas um governo de exceção, com tempo determinado.  As classes dominantes fizeram tudo para que no plebiscito, o regime presidencialista permanecesse. E conseguiram.
            Ou muda o sistema, para parlamentarista, ou afunda cada vez mais nosso país.  Sabe-se que o presidencialismo é um regime ultrapassado e demasiadamente autoritário, o que não acontece com o parlamentarismo.  Os abusos levam de imediato voto de desconfiança.  Votado, os congressistas aprovam ou não a queda do Primeiro-Ministro, com o mínimo desgaste tanto político, como financeiro.

            Até quando vai durar esta estupidez, ninguém sabe.  Não interessa aos donatários das capitanias; eles não cogitariam de fundo eleitoral de 3,6 bilhões.  Seriam tascados, como os balões que caem nas festas juninas.