sexta-feira, 4 de maio de 2018

Caminhando


                                    

            Geralmente, quando caminhamos sozinhos, nossos pensamentos vagueiam nestes desconhecidos caminhos que a Vida nos apresenta sem cessar.
            Dia frio, sem exagero. Céu luminoso, azul intenso, que contrastava com o jeans do jovem que seguia, com descrição, a moça que estava um pouco adiante.  Esta sim, chamava a atenção.  Bermuda de lycra justa, apertada, mostrando claramente boa parte do seu corpo.  Jovem.  É bom ser jovem!
            Com o discreto andar pelo longo calçadão, beira de praia, pouco se importava se chamava a atenção.  Mas chamava, e como chamava!  Interessante.  Se estivesse se exibindo, possivelmente passaria despercebida. Não estava, daí a naturalidade da sua formosura, seu corpo atraente, sua beleza sadia e natural.  Difícil, isso!
            — E se eu chamasse você para tomar um chope gelado no bar mais famoso desta praia?  
            — Como?
            — Está ali adiante.  Chope de caneco, sabor especial, gelado como só ele.
            — Não lhe conheço, moço!
            — Nem eu conheço você.  Compromissada?   
            — Interessa?
            — Mas claro que sim.  Mulher compromissada, quando por amor, é idiotice tentar uma aproximação.
            — No momento, não.  Estou livre e muito bem.
            O elegante bar foi alcançado.  Uma? Tomaram umas quatro canecas de um chope magnífico, com tudo que pode acompanhar esta bebida.  Linguiça frita e batatas idem.
            Dia seguinte, ainda falantes e sorridentes, deliciavam-se com o café matinal, perfumando a casa dele.  Sim, casa!  Naquele local elas são muito comuns.

            


14 comentários:

Inês disse...

Gostei de ler! :) Bom fim de semana.
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Célia disse...

"Um gato & Uma gata": - 'Caminhada" inesquecível!
Abraço.

Tais Luso de Carvalho disse...

Sim, pelo visto nada os impedia dessa caminhada!
O resto do conto, o final, fica sempre para a imaginação do leitor.
Conto é assim, não é Jorge? E gostei de ler.
Beijos! Um feliz fim de semana!

Carmem Velloso disse...

Apimentando seus contos, Jorge? Soube atacar na hora certa e finalizar o conto sem explicar nada. Gostei muito da nova fase!
Beijo. Carmem

Iná disse...

Amei o conto,Jorge!Passeio na praia,chopp gelado,risadas...noitada das boas,imagino eu e pra finalizar um belo café da manhã para repor as energias,rs...
Beijo, querido!

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Indo direto ao assunto. A vida é curta demais para rodeios desnecessários...

Caio Martins disse...

A linguagem simples, direta e despida de penduricalhos dão, ao relato, o equilíbrio suficiente para transformar o trivial em magia. Coisa de Mestre!

Rita Lavoyer disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk
O que torna este conto "inusitado" é estar dentro do comum com tanta naturalidade que encanta.

marcia disse...

Jorge em mais uma passagem repleta de magia... bjus

Nadir D'Onofrio disse...

Encontro inusitado, casual, talvez!
Pode acontecer, sim, e com final feliz, se existir
empatia de ambas as partes.
Tal qual o relato desse conto.
Parabéns gostei do conto, Jorge!
Abraço.
Nadir

CÉU disse...

desde a imagem ao seu belíssimo e motivante texto, tudo é bom e apelativo.

você escreve mto bem, Jorge, amigo querido, e não canso de ler suas palavras. adorei o diálogo.

hum... café da manhã já em casa dele no dia seguinte. pra quê tanta esquisitice... já se percebeu k ele é repetente -rs e um bom conquistador.

beijo, carinhosamente.

ps - jorge, desculpa a falta de pontuação e letra minúscula, onde deveria ser maiúscula, mas minhas mãos estão doentes. só estou escrevendo com a dta. e mesmo assim...

estou fazendo um esforço enorme pra não fechar os comentários, pke me quero sentir ligada a todos vocês. vamos aguardar...

Maria Oliveira disse...

A vida faz-se caminhando...

Carlos Augusto Lopes Filho disse...

Muito bom, Jorginho. Leve e profundo, ao mesmo tempo. Um abração.
Carlinhos

Ciducha Seefelder disse...

Adorei...delicioso!
Sorvi cada linha e o final com a maior naturalidade...Cést la vie!
Beijos
Ciducha