sexta-feira, 9 de abril de 2021

A calma da noite


 

                                            A calma da noite

 

            Tudo silêncio.  Não se ouvia a barulheira infernal das cidades.

            O mundo mudou para pior, bem pior.  O desrespeito pela sociedade parece ter tomado conta de tudo.   Não parece, tomou mesmo.  O próximo vale de nada, perderam-se em definitivo os valores.

            É só aqui?  Todos fazem a pergunta.  Não.  O mundo caminha por trevas.  Estas vias obscuras parecem ter tomado conta em definitivo do poder.

            É o crack amaldiçoado, o sintético químico que mata aos poucos, sem ninguém perceber.  O ecxtasy arrebenta tudo, corpo e alma.  Mas tem cada vez mais adpetos, que não tomando conhecimento da acumulação progressiva no corpo, usam indiscriminadamente a droga que deixa a boca seca.

            É o mundo que se vive hoje, não por todos, mas por minoria que pode contagiar.  Era o que acontecia com o casal que não passava dos vinte e cinco anos de idade.  Bebiam água, muita água.  Os sensores cerebrais haviam perdido o controle sobre o corpo.  A casa da balada permitia que tal fato acontecesse.  Assim é no mundo inteiro.  Parece que os jovens, especialmente os que não foram educados com carinho por pais e mães, perdem-se no aparente mundo encantado.

            O mundo é assustador e maravilhoso, ao mesmo tempo.  Será que é fato de hoje?

            Tudo leva a crer que não.  O mundo mudou.  Impossível saber, se no silêncio da madrugada, estamos descansando, dormindo ou não.

 

            Para muitos, as noites altas são feitas visando o descanso.  Outros, e não são poucos, gostam de aproveitar o período para produzir.

            Suave é a noite, de Scott Fitzgerald, é um dos exemplos.

            A noite é tranquila. Pode sim, pode não.  Afinal, é uma questão de gosto. Nada mais.              

 

6 comentários:

Carmem Velloso disse...

Jorge querido, como sempre levantando questões polêmicas, que nos obrigam a pensar.
Entendo como você. E o mundo de hoje, com a doença, você não previu, nada demais, ninguém poderia saber a maldição que se abateria sobre nós. É nessa que todos vamos? Não creio. O mundo já passou por isso, saiu chamuscado, mas saiu! Acho (todos acham alguma coisa) que é meio feiticeiro...
Beijo.
Carmem

Calfilho disse...

Excelente, meu amigo Jorge. O duro, nos dias atuais, é não saber para onde vamos, qual a previsão de nosso futuro. Parece que um desânimo, um desencanto com tudo e com todos nos contagia, nos deixa sem rumo... nossa estrada de vida aproxima-se do fim, tenho muito receio é em relaçào às gerações que nos irão suceder...

Caio Martins disse...

Jorge, de fato nada mudou essencialmente. Seguimos os mesmos os mesmos predadores ancestrais empenhados em destruir todas as espécies, inclusive a própria. Abração, Marujo!

Elvira Carvalho disse...

Uma crónica dura e real do mundo atual.
Espero e desejo que esteja bem de saúde.
Abraço e saúde.

Tais Luso de Carvalho disse...

Querido amigo Jorge, também digo sem dúvida nenhuma: o mundo mudou para pior! Onde estão as crianças com sua infância protegida? Onde estão nossos jovens com aquele idealismo forte e ansioso pelo trabalho, visando e correndo atrás de suas metas, de seus sonhos em prol de uma sociedade melhor? Começou a decadência com o uso das drogas, lá atrás...
Um texto cheio de verdades. Sinceramente, não estou lá com todo o otimismo achando que o mundo pós pandemia irá melhorar muito.
Beijo, um bom domingo, amigo.

Ana Freire disse...

Às vezes creio que a mudança do mundo... apenas se trata de uma nova roupagem da decadência de sempre... seja a que Scott Fitzgerald já abordava nas suas obras... tão presente e acentuada nos loucos anos 20 do século passado, para um mundo em convulsão e transformação, entre duas Guerras Mundiais... como a que já se verificava há 2.000 anos atrás, e que levou Jesus ao cepo.
O mundo sempre esteve na lama, como agora, Jorge... mudam-se os tempos e as circunstâncias... mudam-se as vontades... mudam-se as moscas... mas a essência podre e corrosiva do mundo permanece. Não sei em que ponto a essência da humanidade se estragou... mas para essa... ainda não descobriram vacina. Acho que é erro de Criação mesmo!... Bicho, tem bem mais verdade e autenticidade...
Acho que a culpa disto tudo... foi do meteorito! :-))
Se os dinossauros continuassem existindo, e tivessem feito do bicho antepassado do homem, aperitivo de refeição... o mundo era um lugar bem mais puro e respirável, e menos fora dos eixos, do que no presente. Mas veio o meteorito... e mudou as regras do jogo. Sobreviveram os ratos de pequeno porte, da época... e deles... de alguma costela torta, deve a humanidade ter evoluído...
Adorei a sua crónica, que magistralmente traçou um assertivo perfil, deste nosso muito questionável presente...
Um beijinho! Estimando que se encontre de saúde, assim como todos os seus! Votos de uma semana, o melhor possível! Aqui... está tudo a desconfinar tão alegremente... com poucos vacinados ainda... que não tenho a menor dúvida... de que ninguém ainda aprendeu mesmo nada, nesta altura do campeonato... brevemente volta tudo para dentro de casa, daqui a umas semanas. E é isto... a humanidade em loop, repetindo os erros de sempre em ad eternum... tudo muda... para tudo ficar igual... quando não, às vezes, ainda pior...
Ana