quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Autores e editoras













O autor e as editoras

Não gosto de escrever muito. O leitor fica cansado, acaba pulando trechos e na maioria das vezes, desistindo da leitura.
Mas determinados assuntos devem ser mostrados com detalhes, pena de ficarem incompletos ou sem essência. Um deles, discutido por todos nós que escrevemos, é a dificuldade de publicar um livro com selo famoso ou mesmo razoável.
É bom que se diga logo no princípio que qualquer editora é uma empresa. Empresas visam lucro, nenhuma quer ir para o vermelho. Que fazem elas? Principalmente, editam autores consagrados, numa repetição por vezes monótona. A maioria dos seus avaliadores já está preparada para recusar trabalhos de autores novos. Um dos quesitos que eles respondem, obrigatoriamente, é se o trabalho é comercial, se vende com facilidade.
O avaliador literário não está preparado para este exame. Ele conhece os bons e os maus trabalhos. Mas não conhece mercado, e estão sujeitos a repetidos erros. Mesmo razoáveis textos podem vender muito, e é fácil acontecer isto. Dependendo do assunto, se for matéria popular ou da moda, o sucesso é quase certo. Vende mesmo. Neste campo encontram-se os livros de auto-ajuda, moda, escândalos e trabalhos por celebridades, tenham ou não valor real.
A indústria do livro também comete o crime de enriquecer usando a famosa fórmula pronta. Geralmente são norte-americanas, que espalham Best Sellers pelo mundo todo, de autores inexpressivos e assuntos até mesmo idiotas, mas com o conteúdo que muitos leitores gostam: amor, sexo e poder.
Do outro lado, os escritores. A maioria é deficiente mesmo, não há como negar, basta ler nos diversos sites para notar a fraqueza deles. Ou pretende agradar, com rapapés ridículos, ou querem aparecer escrevendo de modo difícil, gongórico. Este tempo já passou há alguns séculos, mas existe uma fervorosa insistência. Uma das características é o trecho longo, mas que não diz nada. Estão excluídos das publicações, sem dúvida. Estou referindo-me aos prosadores. Poetas, lidos com cuidado, em vinte deles salva-se um ou dois. Não é sem sentido que as grandes editoras não aceitam poesias para avaliar.
Quem paga caro por tudo isto é o autor de talento, e existem muitos que têm esta qualidade. Mas são renegados pelas medrosas e covardes editoras.
Uma coisa é certa. Com o advento da web, as famosas grandes podem ter sua espinha dorsal quebrada a qualquer tempo. Vão cerrar suas portas.
Não faltam idéias novas, partidas de recentes tendências e homens que sabem manobrar bem melhor com este tipo de empreendimento do que aos atuais editores. Um exemplo foi a impossibilidade de a Civilização Brasileira continuar editando.
Era a maior e mais conceituada editora brasileira. Hoje faz parte de um grupo forte, e não tem mais vida própria.
Há novas idéias no mercado editorial. Não de empreendedores que atuam na atualidade, mas de pessoas bem mais inteligentes.
Muitos perguntarão como sei disto tudo. É fácil. Sou um dos colunistas do Vote Brasil, http://www.votebrasil.com ,um nome no site político brasileiro, ganhador de dois prêmios Ibest, o maior da internet brasileira.
Não há muitos segredos para um colunista político, na vida pública.


18 comentários:

Mari Amorim disse...

Jorge,
Gostei tanto deste texto,que faço-lhe um pedido:-Posso publicá-lo em meu mural,no Face Book?.
Um grande abraço,com boas energias!
bjo
Mari

lino disse...

Por cá, com a nossa população, ainda é pior. Quem quer começar tem de fazer uma edição de autor.
Abraço

Caio Martins disse...

Grande Mestre Jorge, a "indústria do espetáculo" (sic!)- da qual as editoras fazem parte - não está interessada em dom e talento, ou qualidade literária: quer lucros, de acordo com o que o povo aceita... Algo relacionado, no passado, com a expressão "dar pérolas aos porcos" pelo avesso...
Todavia, há editoras e editores que ainda lutam para manter publicações num nível intelectual elevado. Difícil é achá-los.
Abraços, meu amigo.

Rita Lavoyer disse...

Pois é, pois é!
O meu assunto é o bullying!Literatura infantil.
Tentei editoras renomadas, não consegui. Banquei seis livros e estou na 4ª ed.
Pensa que eu consegui vendê-los em alguma escola? Não!
O que acontece. Há escolas que trabalham com os livros que eu doei, estão esfarelando, são úteis, mas não os adotam. Adotam os das editoras renomadas.
Então, eu consegui chegar na 4ª edição batendo de porta em porta. Você nem queira saber quantas portadas já levei na cara.
Um dia eu chego lá! Gostei demais do seu post, como a Mari Amorim, posso publicá-lo no meu simplório blog, dando-lhe o crédito, claro.
Grande abraço.

Rita

Marcelo Pirajá Sguassábia disse...

Meu caro Jorge,
Deste desgosto eu não padeço, pois não tenho a menor pretensão de dar forma de livro ao que escrevo. Muito bom e lúcido seu texto. Abraços!

Centro Literário de São Leopoldo disse...

Descreveste muito bem a nossa situação de escritores. Como eu escrevo poesia, nunca tentei editoras. Se tenho dinheiro, publico. Se não tenho, os poemas vão para o site ou para o blog. Tenho um grande problema: não sei vender. Então, estou com a metade dos exemplares do meu livro e do meu CD no armário. Abrs. Mardilê

Unknown disse...

Oi Jorge, pequeno engano. Sou administradora do blog do Centro Literário de São Leopoldo e postei em nome dele. Fiz confusão de novo. Desculpe. Abrs. Mardilê

Mel Racional disse...

Olá meu caro amigo!
Gosto de seus comentários sobre editoras, concursos literários e seus furos, sobre os péssimos escritores e etc...

As editoras são construídas por gente - são pessoas ambiciosas, jamais irão puxar brasa para a sardinha do autor e escritor... Quem quiser que venda a sua obra... Agora, se quem escreve realmente prende o leitor com a sua divina escrita, que agrada mesmo com um assunto modificador, as editoras ficam atras do autor e lucram com o inovador. Já presenciei esta cena.
Outra coisa, viver de escrita, de pintura, de arte neste nosso mundo está muito difícil.
O meu livro terá um número reduzido de exemplares para a minha doação a alguns amigos e parentes. Não tenho pretensão de conseguir vendagens. É apenas uma lembrança de minha passagem por aqui pela Terra.

O que eu noto neste nosso meio de competição, de vida competitiva, nada por aqui sai bem, e o que sai é por baixo de muito sofrimento os grandes autores é quem digam...
Um abraço meu cronista preferido!

Marcia Portella disse...

Jorge,texto mais que perfeito..bjus

Donnefar Skedar disse...

Achei seu blog um tanto "vc mesmo", gostei disto. Seu blog é ótimo e eu sou Donnefar, parceiro da Adriana no blog: Clube dos novos autores, quero agradecer por sempre esta nos visitando e quando voltar lá de uma olhada na paginas de "Obras" pois novos autores estão surgindo e estamos fazendo a questão de mostra-los ao mundo. Abraços e uma ótima semana.

Rita Lavoyer disse...

Jorge, muito obrigada por autorizar a publicação deste rico material no meu blog. Rendeu-me alegrias.
Você é ótimo.
Espero, sempre, poder contar com as suas obras, dando-lhe os créditos, logico!

Abração
Rita

APRENDIZ DE POETA disse...

Gostei tanto que vou compartilhar com meus amigos do Facebook...Meu parceiro poético... Nossos versos sobre a solidão já se encontram na Casa da Criança para arrecadar fundos e manter as crianças sob os devidos cuidados de profissionais competentes. Forte abraço e parabéns pelo espaço. Hilde

Miriam de Sales disse...

Olá,concordo com tudo o q/ vc escreveu.Escritora com vários livros publicados e blogueira de carteirinha -são 8- sempre procuro mostrar esse lado de empresa q/ as editoras têm q/ ter;não são Irmã Dulce,evidentemente.
Mas,quer saber?Nunca corri atrás de nenhuma das grandes e estou muito feliz com os meus leitores da Net.
Se publicar q/ vem do latim "publicare" é "tornar público" eu já me considero uma mulher pública(Êpa) já que sou lida diariamente e com mais leitores do q/ o maior jornal de SSA.
Então,danem-se as editoras!...

E,como vc diz no seu perfil sobreo arroz eu digo como meu amigo o escritor Antonio Torres:-A fila anda.
Abç

Miriam de Sales disse...

Eu de novo:eis ai um assunto que dá pano p/as mangas...
Deveria virar um fórum,ou debate.
Sds

Graça Campos disse...

Olá, meu caro amigo, Jorge! Feliz em reler alguns dos seus textos. Admiro sua arte literária! Beijos
Graça Campos

Anônimo disse...

Jorge,

Literalmente, o que querem as editoras dos autores???

Bem, acho que esperam obras em sintonia com a dinâmica do mercado, proporcionando e exigindo dos autores elevado padrão de qualidade no conteúdo das suas obras, para que a qualidade gráfica, o preço competitivo de mercado sejam de grandes tiragens de livros, tablóides de produtos/ofertas e impressos promocionais, compatíveis com as novas tendências do mercado. Mas, tudo isso com a responsabilidade atribuida aos autores. Sei que que generalizar é sempre muito arriscado, do ponto de vista das evidências apresentadas.
Teu texto tem o pleito da demanda editotial entre os autores e as editoras, e como se vê inclui-se aqui, o poder ao objeto do material impresso para editora. Portanto, trata-se de tema afeto, especialmente, ao direito do material publicado, já que , indiretamente, busca-se determinar qual será o direito dos autores??? Qual será a proteção do número de vendas das obras para os autores??? Por , já ter recebido inumeras propostas de editoras, para publicações dos meus artigos é que penso e repenso o momento exato de me colocar no mercado editorial. No momento, escrevo meus artigos para um público que possa usufruir dos mesmos, sem nenhum gastos.

Bjns.

Solange

Betusko disse...

Jorge,
Às vezes também me pergunto: Blog para quê, se ninguém lê? Mas no meu caso funciona como uma gaveta, ao invés de guardar os poemas, contos, etc na gaveta, os publico no meu blog de literatura ( que alias, acabei de reconstruir - sem depender do Google, do Terra, do Ig, nem do Uol. Tenho um domínio prórpio e posso fazer o que bem quiser com meu Blog, inclusive propaganda paga.)http://www.betusko.com.br
Vou visitar seus textos e depois os comento.
Abraços!

celso panza disse...

ISSO AQUI É DISTRAÇÃO, NÃO É ACADEMIA, UAI, CHEGA DE CONFUSÃO...

QUEM QUISER BOTE O GALÃO, ESTUDE A LINGUA, SAIA DA INTERNET, E META O FARDÃO...

MERGULHE NAS LETRAS, LEIA MUITO PARA NÃO ESCREVER BESTEIRA, ISSO NÃO...

E TEM MUITO RETRATO DE MOÇA BONITA, ISTO QUE É UM TANTÃO, TÁ BEM O JORGE, TÁ NA FITA , CHEIO DE MULHERÃO...

ACHO QUE VOU CHORAR TAMBÉM...QUEM SABE ACHO CONSOLAÇÃO...