terça-feira, 13 de abril de 2010

Escrever demais

Escrever


















Posso estar totalmente errado e equivocado. Mas não acredito em autores que escrevem demais.
Quem faz mais de um trabalho por dia, salvo se for coisa fácil, está irremediavelmente comprometido. Posso citar uma centena de autores que escreviam mais de quatro horas por dia. Todos eram romancistas, nunca contistas, cronistas ou poetas.
No romance, o autor constrói o tema e desenvolve à vontade. Pode passar horas escrevendo, a linha é uma só. Os excessos são cortados, as falhas são preenchidas.
Não se dá o mesmo com a poesia, por exemplo. Após ter feito um trabalho, o autor pode e deve trabalhar em cima dele, aparando arestas, burilando o texto. Este trabalho é demorado. Todos os grandes autores falam sobre o assunto.
É simples. Uma crônica seguida da outra, um conto ou um poema, exigem pensamentos distintos. Devem ser trabalhados também. Ora, isto é muito difícil. Quase impossível, para quem quer obter bons resultados.
O que acontece, afinal? Prejudica-se todo o trabalho excessivo, e é muita sorte do autor quando um se salva.
Não é questão de achismos. Basta conferir.

16 comentários:

Caio Martins disse...

Repito o que disse no Poemas, hoje:

"Eitchaaa!!! Esse é o Jorjão da gota serena... Quanta pedra empurrada ladeira acima! És meu irmão, amigo, parceiro e Mestre!" É como diz: no jornalismo, quantas vezes se tem de escrever o dia inteiro, inda mais nos noticiários. Mas, na literatura, outra é a montagem. Forçadas, as palavras se rebelam...

chica disse...

É verdade,Jorge! Um lindo dia e tens toda razão!Escrever por escrever, nada resulta!abração,chica

Breve Leonardo disse...

[com rara excepção, porque a regra só existe em sua função, esta é uma das escassas regras que o autor deveria guardar em si; mas se até Nobel tropeça nessa falta, que diremos do aspirante à profissão da fé de letra?]

agradecido pela advertência,
um imenso abraço, Amigo Jorge

Leonardo B.

M.C.L.M disse...

Concordo!

abraço!

Unknown disse...

O abuso escrevendo acaba tirando a qualidade dos textos. Concordo.
Abraços

Barbara disse...

Não sou acadêmica nem intelectual mas lembro de, numa entrevista, o Gabriel García Marquez declarou que o autor não escreve - apenas transmite como antena, o que está no seio da vida.
Não sei de nada não...1 abraço.

Cris Cerqueira disse...

Oi, amigo! Você está coberto de razão... Escrever requer tempo e trabalho. Um cheiro e sempre grata pelas visitas.

cristinasiqueira disse...

Há de se ter tempo,fôlego e inspiração!

Gostei de seu espaço efica o convite

www.cristinasiqueira.blogspot.com

Marcia Portella disse...

Concordo Jorge, é por ai que vem o erro...

Flor de Liz disse...

Um eterno comandante das letras,parabéns com louvor ,sempre
Beth

Theresa Russo disse...

E claro que concordo com JOrge Sader...ele sabe o que diz....
Abraço forte caríssimo!!!!!!

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Boa tarde, amigo Jorge.
Eu também concordo com você.
No meu caso, eu não me considero escritora, porque apenas relato fatos verdadeiros, nos mínimos detalhes. Não floreio, não corto, não faço nada mais que relatar. A história já foi escrita pela vida, e continua sendo. Eu cato os episódios, onde a emoção falou mais alto... ou doeu mais fundo.

Muito obrigada pela visita e pelo comentário gentil e carinhoso.

Um grande abraço.

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Ah... ia me esquecendo de dizer, que dessa forma, muitos episódios também, são parecidos um com o outro, porque o ser humano é muito parecido. Consequentemente, as histórias em algum ponto, se coincidem.

Um grande abraço.

Estações da Vida disse...

Concordo plenamente. Esse é o Jorge que estou começando a conhecer...Muito bom! Beijocas.

Carmo Vasconcelos disse...

Esta interessou-me sobremaneira!
E ler Jorge Sader é sempre um prazeiroso aprendizado.
Embora, veja aqui duas vertentes distintas, dependendo do "escrever demais no tempo" ou escrever demais no escrito". Escrever demais no tempo, (há até autores que o fazem por encomenda e a prazo)é forçar a inspiração, que deve surgir naturalmente à captação dos sentidos. Envolve o risco de o autor se repetir. Escrever demais no escrito, bem... depende do género: romance, crónica ou outro, pedem mais ou menos palavras.
Mas, no geral, concordo em absoluto, Jorge! O poder de síntese é sempre uma mais-valia em qualquer género.
Minha modesta opinião de aprendiza de letras.
Com carinho
Carmo

Ana Maria Pupato disse...

Querido Jorge,
Agradeço imensamente por ter gostado do meu espaço e passeando pelo seu, deparo-me com essa maravilha em que concordo plenamente. Admiro quem tem o dom de contar o dia-a-dia com poesia que é o cronista e você é um desses que engrandecem a nossa literatura. Prazer imenso em te conhecer!
Beijos mil!!!!