O povo brasileiro vem amargando aos poucos, mas com ataques
constantes, sua tranquilidade e o direito de ser livre.
A inflação, afastada depois de longos anos como sendo uma
constante nacional, volta a colocar as garras de fora. Amontoam-se golpes contra o tesouro estadual
e federal, com o superfaturamento de obras caríssimas, onde a simples reforma
de um estádio de futebol chega a 1,5 bilhão de reais.
O governo federal acaba de colocar em funcionamento um
computador capaz de monitorar todas as contas da população, e fazer depois um cruzamento com o imposto de
renda. Até aí, tudo certo, é preciso
cuidado mesmo. Mas o dinheiro arrecadado
com impostos é engolido nas falcatruas, especialmente de obras públicas. O saneamento básico não existe, a saúde é
caso de polícia, na educação aluno ameaça o professor e os bandidos estão cada
vez mais poderosos.
Ora, ninguém suporta isso por muito tempo. O atual enfrentamento com os poderes que não
cumprem seu dever mostra a insatisfação geral de todo um povo que vem
suportando calado a tirania disfarçada dos governos e seus representantes. Passeatas sucessivas vêm ocorrendo em todo
território nacional. Todas pacíficas e
compostas, na maioria, por jovens. São reprimidas com excesso de violência pela
polícia militar, como nos tempos da ditadura.
Interessante que os atuais dirigentes do executivo estadual e federal
foram eleitos, mas agem como se fossem ditadores, sem distinção de partidos
políticos. Agem assim a esquerda, o
centro e a direita, e o povo que se dane!
Ora, tudo tem o seu limite de tolerância. O povo está dizendo um sonoro não ao furto da
coisa pública, a desordem que atinge os serviços essenciais, ao desrespeito aos
seus direitos fundamentais.
O resultado? Não se
vê em nenhum rosto de dirigente brasileiro expressão tranquila. Estão todos apavorados.
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Publicado no Pravda: http://port.pravda.ru/news/cplp/17-06-2013/34782-realidade_basileira-0/
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Publicado no Pravda: http://port.pravda.ru/news/cplp/17-06-2013/34782-realidade_basileira-0/
12 comentários:
Gostei da comparação entre o governo ditatorial de anos atrás e do modo em que o poder atual dita e manipula as intervenções. É certo que o jovem está indo para as ruas, mas é preciso que toda a sociedade se manifeste.
Amnésia, hipocrisia ou descaração - muitos dos que hoje reprimem com violência ou patética expressão de desagrado, são os mesmos que há alguns anos fizeram a mesma coisa. Hoje são governo. E alguns políticos já estão querendo cooptar o movimento. É preciso que entendam que o bem-estar não está nos discursos, mas nas melhores condições de vida que precisam ser alcançadas. Boa sua crônica. abrçs.
Quando a coisa está demais, o povo tem de se manifestar. Não é possível tantos gastos com diversão e o resto que vá pro brejo. O governo Brasileiro não deveria ter aceitado a 'Copa' com os problemas que temos. Onde fica nossa segurança, saúde, educação, enfim, os nossos direitos? Isso sim é prioridade. O povo está pedindo socorro, há anos, e aparecem bilhões em construções faraônicas. Só temos deveres.
Abraços!
Bravo, Jorge. Apoiadíssimo! Abraços e parabéns pelo manifesto.
Amigo Jorge, concordo plenamente: independe de partido político, pois os mesmo desrespeitam a ideologia do próprio partido e fazem o que bem querem, enquanto estão no poder, temos de ser críticos o suficiente, quanto a situação do nosso país. Esses que se dizem adversários, chegam até a "trabalhar" em conjunto, o que é o máximo da falta de bom senso, de honestidade. Precisamos eleger melhor. Para isso, precisamos de candidatos melhores dos que se apresentaram até hoje. Precisamos, agora que tudo começou, nunca mais deixar de protestar, de ir às ruas, de manifestar nossa indignação. Parabéns pelo texto, Jorge.
Cada um luta pelo que acredita da forma com que sabe.
Nessa luta há os de interesse puro, mas há muitos tiranos por trás da luta, tornando-a bandalheira, tirando proveito da situação, para culpar, sempre, o povo.
Sabe como um povo heroico retumba ??
assim ó:
uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!
Os estádios vão bem né??
Ainda não aprendemos a fazer valer nossos direitos. Ainda colonizados? Ou espetacularmente explorados? Não só de futebol e carnaval vivem os brasileiros... BASTA!
Abraço, Célia.
Meu caro Jorge, hoje aqui em Sampa foram cerca de 70.000 pra rua e quase sem incidentes. Pelo país, a conta passou muito dos 220.000. Aí no Rio sei que o bicho pegou, alguns celerados fizeram o diabo para provocar repressão contra mais de 100.000 pessoas.
De protesto por aumento de transporte a coisa virou manifestação contra a tranqueira toda que viemos combatendo todos esses anos... 'Tá ficando bom!
Abraços, vamo que vamo!
Eu já vi este filme E o final nunca foi muito bom. Admito manifestação ordeira. Não gosto de ver pessoas tapando o rosto para não serem reconhecidos. A luta é justa, mas perde-se a razão quando se depreda patrimônio público e privado. Abrs. Mardilê
Quem acompanha o seu trabalho e do seu amigo Caio Martins, no Vote Brasil, sabe que esta é uma grande vitória. Vocês se bateram por isso longos anos, e agora veem triunfar suas ideias.
Parabéns, Jorge!
Beijo. Carmem
Jorge,são homens como você que acordam uma nação para que lutem por um bem comum..
Bjus ..Marcia
Apavorados sim, mas, cinicamente, acreditando que daqui a pouco isso passa. Tomara que estejam redondamente errados.
Sei que o tempo e a prudência ensinaram-me como conduzir uma discussão em bom nível, no plano das ideias e coisa e tal. Tenho ainda na vaga memória as orientações recebidas para escudar-me na dialética quando necessário. Estudar o materialismo histórico já me serviu inúmeras vezes. Mas, hoje, nesse momento, quero deixar tudo de lado, pedir desculpas aos mais puritanos e falar como num botequim: O POVO TÁ DE SACO CHEIO DESSA CORJA CHAMADA CLASSE POLÍTICA! Todo encanto foi pra cucuia. Sem nomes, nem partidos, nada escapa.
Não espaço para mais nada em nossas cabeças que não seja para a mais absoluta intolerância. Chega de Lulinha eu não sabia! Chega de PT, de PSDB, de PMDB, até do meu PDT! Chega! Quero meu Brasil de volta! Não levei porrada na juventude pra ter que envelhecer sob domínio dessa corja. Não foi pra isso que taí que amarguei perder um pedaço da minha história trancado nos porões da ditadura...
Meu Deus...
Desculpe, Jorjão, mas, como diria um poeta: sou um pote até aqui de mágoas.
meu carinho,
Anderson Fabiano
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