quarta-feira, 16 de junho de 2010

Poetas e prosadores

Escrevendo












São ambos os encarregados de manter a literatura viva. Poetas e prosadores, salve!
Interessante quando lemos um ou outro. O poeta é sim um sonhador. Veja a sua produção. Quase a totalidade é sonho, devaneio, tristezas e exaltações. Amores que se formam, amores que já não mais existem. Saudade. Exortação.
Dizem que o poeta nasce, não se faz. Acredito. Tem o dom de ver a pequena planta que nasce no muro velho e deste fato, aparentemente tão comum, transformar num poema celestial. Puro sonho, mas a Vida autoriza.
Acaso você já olhou a mirrada flor que aparece entre tijolos? Procure. Vai ter uma surpresa. É como se fosse um milagre, não se sabe quem plantou, não foi regada senão pela chuva. O poeta vê e contempla. Depois, passa para o papel.
Muitas vezes parte para tarefas que são quase impossíveis de serem feitas. “Cesse tudo o que a musa antiga canta
“Que outro valor mais alto se alevanta.” - Camões, “Os Lusíadas”
Pois bem. E os prosadores? Costumam sonhar menos, mas nem sempre. São comuns os romances e contos que partiram de fato ocorridos, onde a fantasia entra como elemento catalisador. Seria cansativo enumerar obras e nomes, que escrevem em português. Aliás, tarefa quase impossível.
Os cronistas estão sempre fantasiando a verdade. Já ouvi dizer que são os repórteres de fraque e cartola. A elegância no escrever transforma a maldita e sanguinolenta briga no botequim, num desentendimento num bar não sofisticado.
Assim eu vejo os escritores. Estarei errado?
Creio que não.

16 comentários:

Caio Martins disse...

Grande Jorge, sei não... Horas há, e tantas, que tudo se resume em simplesmente escrever, não importa o formato. Há técnicas, contudo.
Simplesmente enfileirar ou empilhar palavras não faz de ninguém um romancista, cronista, contista, poeta ou articulista, outros tipos de escribas. Dizem que os deuses deram, aos humanos, a palavra, e os demônios os ensinaram a escrever. Ou o inverso.
Quem leva o estigma escreve, simplesmente. Só isso.
Abração, Mestre.

Barbara disse...

Não está errado não.
E descreveu poetas e prosadores com toques da sua poesia de observar e da sua capacidade de prosear.
De fraque e cartola.

Gostaria de acrescentar que sou louca por Macondo por causa de García Marquez e o interessante é que ao ver há meses um documentário sobre a cidade, ela é como imaginei ao ler o grande colombiano.
A mágica é também do leitor - não acha?

chica disse...

Concordo com teu modo de ver os poetas e proseadores...abração,tudo de bom,chica

Blogat disse...

A tua elegância,clareza e leveza ao escrever torna tudo mais prazeroso de se ler.
Então...o que importa se estás certo ou errado?
Abraço grande.

Nanci Laurino disse...

Amigo querido

Concordo com seu modo de pensar.
Digo sempre que a escrita nasce ao escrevermos, mas ela já tinha sido concebida muito antes disso, pois a sensibilidade nos faz ver a vida de forma mais detalhada.
Gosto de ler-te.
bjinhos
Nan*

Flávia Shiroma disse...

Seu ponto de vista não é equivocado. Os poetas ou qualquer outro nome que se dê às pessoas com este dom da escrita, sempre terão meu profundo respeito.
Conseguem, através das palavras, traduzir nossos mais profundos sentimentos ou nos trazer novos conceitos sobre a vida, antes desconhecidos.
Obrigada pela sua visita ao meu blog e suas lindas palavras.

M.C.L.M disse...

"Quem leva o estigma escreve, simplesmente..."
Concordo!

E tu Jorge, que eu saiba, com ou sem rótulo, escreve muito bem!

abraços...

Cacá disse...

Olá Jorge, boa noite!

Passei para retribuir a visita!
Quero agradecer pelas palavras de carinho.
Gostei muito do seu blog. Você escreve muito bem. É um tipo de leitura que aprecio.

Um grande abraço, Cacá.

Andanhos disse...

Olá, Jorge. Obrigada por sua visita e seu comentário.
É um prazer conhecer os belos escritos de um conterrâneo -também sou niteroiense- e seu modo de ver a literatura!
Um grande abraço.

Ana Lucia Franco disse...

Oi Jorge,

Há sempre uma necessidade de expressão no fundo, no fundo...

E há também poetas prosadores.

abrs!

Anônimo disse...

Que prazer conhecer seu blog e com belos textos. Parabéns! bjoksss

Unknown disse...

Jorge, amei o que disse o Caio, a palavra foi dada mesmo, e o que fazemos dela faz a diferença entre céu e inferno.

De resto vc escreve macio, fazendo a gente deslizar nas tuas ideias.

Theresa Russo disse...

saudades de tuas prosas Jorge...inteligentes, dinâmicas, reais.....

Flávia Shiroma disse...

Olá Jorge! Quando voltará a escrever por aqui? Gosto muito dos seus textos e modo de escrever!
Outra coisa: gostaria que acessasse (nossa, acho que nunca escrevi isso: acessasse! rs) este link do blog de uma amiga minha aqui do Japão. O nome dela é Silvana e a minha postagem sobre amizade no Japão a inspirou tanto que ela acabou escrevendo sobre esse assunto também.
http://con-fuso.blogspot.com/2010/06/forca-da-amizade.html
No Japão, sentimos muita falta de amigos de verdade. Bom, já deu pra vc ter uma idéia né?
Vamos mantendo contatos!!!
Um grande abraço!!
Flá

Michelle Louzeiro Nazar disse...

Querido Jorge. Fiquei imensamente feliz e lisonjeada com seu comentário no meu blog. Mas vir aqui e ler um texto assim, que me faz parar toda e qualquer forma de rotina, me fazem acreditar que aí sim está a mágica no escrever; é sermos ouvidos e refletidos e, ainda sim, sermos humanos. É fazer com que pensem, sonhem e, mais, nos adorem ou maldigam. Escrever é humanizar o que, aos comuns, é apenas um fato ou uma loucura.
Estou seguindo você aqui! Abraços,
Michelle

Marcia Portella disse...

Esta certo jorge, assim são todos que escrevem. Cronista com elegância de fraque e cartola é pra poucos.. Assim como você.
Bjusss