domingo, 24 de maio de 2009

Certo e errado

A Liberdade Conduzindo o Povo / Eugène Delacroix










O homem, na sua suprema arrogância de estar acima de tudo, criou estes estranhos conceitos de certo e errado.
Muitos fatos que existem na sociedade são intoleráveis a todos. Os crimes, por exemplo. Como maltratam toda a sociedade, é unânime a opinião que são do grupo errado. Até aqui, sem discussões. Acontece que o conceito não fica preso nas normas legais, que sempre apontam fatos reconhecidamente errados cometidos pelo ser humano.
Mas a generalização é uma temeridade. E muitos fatos hoje perfeitamente aceitos, estão no conceito errado de grande parte da sociedade dita rígida nos costumes e na moral. Aqui o homem se perde totalmente. O que foi errado ontem pode não ser hoje, e vice versa. Qualquer decisão que se tome neste sentido, não pode ser precipitada. Certo e errado são conceitos relativos, e como tal devem ser encarados.
As culturas dos povos são vitais. Fato perfeitamente normal para um povo pode ser uma ofensa das mais graves para outro. Prova é o terror, admitido por muitos povos, não só árabes. O terror está em toda parte, inclusive no Brasil. Ou é possível dizer que a ameaça cotidiana feita por marginais não é uma grave forma de terror? Esta forma de comportamento anormal fez com que o brasileiro mudasse seus hábitos. Não se conhece mais a beleza do interior de um prédio. Ela é atrapalhada pela grade colocada para dificultar a ação de marginais.
As grandes cidades viraram enormes conglomerados de edifícios, pondo um ponto final na beleza arquitetônica. Lugares encantados são vistos em cidades pequenas, geralmente no interior. Praças urbanizadas, vida sem tumultos, solidariedade entre o povo.
Quando cresce um pouco, a baderna varia proporcionalmente com este aumento. O homem muito grupado tem este sentimento. Costumes tradicionais passam a ser vistos com maus olhos. O sentimento de modernidade toma conta de tudo. O intrometido estado, criado para servir ao homem, e somente isto, passa dos limites, dizendo o que é certo ou errado.
Geralmente, este comportamento do órgão que o povo criou para a sua defesa, inverte sua posição de maneira absolutamente arbitrária e passa ser o dono da verdade. É quando se esquece que os cidadãos têm paciência, e esta pode se esgotar. O mundo inteiro está dizendo não ao autoritarismo estatal, familiar, religioso. Ele é ultrapassado. Quem quiser ficar nele, que morra com ele. O que não quer dizer de casamentos oficiais entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo.
Liberalismo nunca quis dizer baderna legal. Se estamos vivendo num mundo novo, é necessário que seja muito bem interpretado o certo e o duvidoso..
Está mais do que na hora distinguir o certo e o errado, se é que podemos. Todos que acompanham meu trabalho sabem que não gosto de textos longos. Fiz este apenas para mandar um recado aos chefões executivos e legislativos. Cuidado com esta arrogância.
A Bastilha pode se repetir a qualquer momento, em qualquer lugar.

4 comentários:

Antonio Frejó disse...

Bom recado para a hiper-antipática Dilma Roussef,ex-assaltante de bancos e chefe de bando assassino.
Anistiada!

Dolce Vita disse...

Olá Jorge!

Esse comentário é para registrar minha admiração pelo espaço reflexivo do teu blog.

Articular pensamento não é tarefa simples, nem fácil.

Criticar e questionar parecem, a cada dia, coisa de quem "tem tempo a perder".

Talvez, em tempos onde a informação circule por segundo, quem se preocupa com o valor do pensamento?

Ler-te me fez pensar nisso!

Um abraço,
Dolce :)

Venâncio disse...

Grande Jorge,

simples, claro e transparente. Fugindo da imbecilidade histérica dos que, não tendo argumentos, atacam pessoas, vai aos fundamentos com precisão cirúrgica.
Típico de quem não vive do passado, desfruta do presente e tem a mente no futuro. Realmente, artigo que gostaria de ter escrito, com a mais admirada, solene e saudável inveja. Parabéns!

Celso Panza disse...

O certo e o errado, o pêndulo entre a bondade e a maldade, é o eixo de toda a humanidade desde o "Gênesis". Que cada um faça sua escolha, para isso nos foi legado o livre arbítrio, fui por muito tempo árbitro humano desses parâmetros, agora o faço como sinalizador dos caminhos como profissional. Não acho de forma alguma difícil a opção, basta dirigir a consciência. Como refiro sempre, nem o homem comum desconhece o que seja o certo ou errado, desnecessário ser um julgador formal, nessa área sempre me foi fácil arbitrar. Boa matéria, instigativa e geradora de meditação para aferição e avaliação. A humanidade sempre precisou ser alertada, ainda que indiferente. Celso Panza