sexta-feira, 19 de março de 2010

Apaixonada

Trilha


















Estava apaixonada, não poderia negar. Muito bonita, suas paixões eram fortes.
Corpo esbelto, trabalhado pela natação e ginástica pesada. Como se não bastasse, corria no calçadão da praia, todos os dias, dois quilômetros.
Este fato é bem mais comum do que parece. Tanto homens, como mulheres são aconselhadas pelos médicos a desenvolverem algum tipo de exercício físico. Se possuírem taxas elevadas de colesterol e triglicerídeos, o exercício aumenta, como no portador de diabetes.
Foi assim que se conheceram, o já experimentado guia de montanhismo e a mulher que não queria perder a juventude. Um absurdo, bem pensando.
Correndo no calçadão. Ela, dois quilômetros, como já se disse. Ele, cinco. Era normal cruzarem-se enquanto corriam. Sorriam sempre, um para o outro. E mais nada, embora ele já tivesse notado no corpo esbelto e forte da companheira, cintura fina, quadris largos, coxas grossas e belo rosto.
Ele, no tamanho dos ombros fortes e na musculatura do braço e da perna. Montanhistas dependem muito da força que possuem, tanto nos membros superiores, como inferiores. Em escaladas, principalmente, caso não tenham força e agilidade, estão expondo-se a um tombo. A segurança no montanhismo é grande, embora muitos duvidem.
Determinada manhã, ele parou e estava tomando água de coco, quando viu a colega aproximar-se. Conversaram, riram, deram um beijinho de despedida bem moleque. Fizeram trilhas juntos, caminhadas fáceis, e os filhos dela, já em idade de suportarem o esforço sem problemas, adoraram o tio que fazia sanduíches de carne assada com mozarela e salame.
Ganharam ambos, do simpático rapaz, facas do tipo combate e uso na mata, com bainha forte de couro e lanternas com pilhas sobressalentes. Tudo acondicionado num forte bornal. Aprenderam a beber água saída da pedra, gelada e puríssima, e adoram a irmãzinha linda que nasceu, depois de um ano caminhando e acampando por estas montanhas afora.

7 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Um belo cenário, uma bela história e um texto repleto de verdade e vida.

abraços

chica disse...

Que linda trilha que a vida lhes mostrou!abração,chica

Caio Martins disse...

Tudo vai bem quando termina bem. Simples, quase uma reportagem, mas de elevado conteúdo poético.

A marca não poderia ser outra: Jorge (TR) Sader.

Rosana disse...

Oi Jorge...Comentei no Recanto.
Mesmo assim, vim aqui te ver...rss...
Beijoooooooooooo

Rosana disse...

Oi Jorge...Comentei no Recanto.
Mesmo assim, vim aqui te ver...rss...
Beijoooooooooooo

Unknown disse...

Romântico. Sem final envolvendo crime inesperado.
A foto que ilustra o conto, com uma trilha, foi bem escolhida. Dá vontade de caminhar nela, com a jovem mãe.

Sílvia Mota disse...

Sabe, aquela leitura que, ao final, imprime ao teu olhar a visão de um sonho ou de um desejo? E, faz-se acompanhar de um sorriso de lado, assim... tudo muito terno? Pois é, estou assim, após a leitura de "Apaixonada". Algum prenúncio, de mudanças na vida? Não sei... Sei apenas, que adorei o texto. Parabéns! Beijos.